Molusco contagioso - Intervenção terapêutica na idade pediátrica. Revisão baseada na evidência

Autores

  • Maria Ana Gaspar Interna de Medicina Geral e Familiar, UCSP dos Olivais, ACES II de Lisboa Oriental
  • Ana Filipe Pinheiro Interna de Medicina Geral e Familiar, USF de São João Evangelista dos Lóios, ACES II de Lisboa Oriental
  • Ana Sanches Interna de Medicina Geral e Familiar, UCSP da Lapa, ACES III de Lisboa Central

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v28i6.10983

Palavras-chave:

Molusco Contagioso, Terapêutica

Resumo

Introdução: O molusco contagioso é uma doença infecciosa viral cutânea frequente em crianças, ocorrendo tipicamente entre os 2 e os 5 anos de idade. Na maioria dos casos a doença é autolimitada e resolve entre 6 meses a 2 anos, mas nalguns casos persiste por 5 anos. A intervenção terapêutica pretende aliviar a sintomatologia, controlar a disseminação das lesões, prevenir o aparecimento de cicatrizes ou infecções bacterianas secundárias, e pode ainda ser utilizada por motivos cosméticos e sociais. Objectivo: Determinar a evidência existente sobre a eficácia terapêutica e os eventuais efeitos adversos das intervenções terapêuticas no molusco contagioso na idade pediátrica, em crianças imunocompetentes. Fontes de dados: Bases de dados Medline, Cochrane Library, Dynamed, National Guideline Clearinghouse e Evidence Based Medicine Guidelines. Métodos de revisão: Pesquisa de normas de orientação clínica (NOC), revisões sistemáticas (RS), metanálises (MA) e ensaios clínicos aleatorizados (ECA), publicados entre Janeiro de 2001 e Setembro de 2011, em português, inglês, francês e espanhol, com limite de idade ?18 anos, utilizando o termo MeSH molluscum contagiosum. Foram critérios de exclusão na selecção dos artigos o molusco contagioso de transmissão sexual e em crianças imunodeprimidas. Para avaliar o nível de evidência foi utilizada a escala SORT (Strength of Recommendation Taxonomy) da American Family Physician. Resultados: Foram encontrados 22 artigos, tendo sido seleccionados duas normas de orientação clínica, uma revisão sistemática, um sumário da Dynamed e um ensaio clínico aleatorizado. Há evidência da eficácia com reduzidos efeitos adversos para a terapêutica tópica com extracto de folha mirtilo-limão ou com curetagem (força de recomendação B). Relativamente às terapêuticas tópicas com peróxido de benzoílo, imiquimod e cantaridina, a sua evidência é menor, bem como com a terapêutica sistémica com cimetidina e a destrutiva física com crioterapia (força de recomendação C). As restantes terapêuticas estudadas não apresentam evidência de eficácia suficiente para se emitir recomendação. Conclusões: Os resultados obtidos apresentam evidência limitada para a recomendação de intervenção terapêutica no molusco contagioso na idade pediátrica. São necessários mais estudos bem desenhados, prospectivos, sobre as diferentes opções terapêuticas versus placebo ou versus atitude expectante. Na ausência de evidência robusta sobre a eficácia e segurança dos tratamentos, deve ser considerada a atitude expectante.

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Publicado

2012-11-01

Como Citar

Gaspar, M. A., Pinheiro, A. F., & Sanches, A. (2012). Molusco contagioso - Intervenção terapêutica na idade pediátrica. Revisão baseada na evidência. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 28(6), 418–26. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v28i6.10983

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