Consumo de cafeína: o que aconselhar na preconceção e gravidez?

Autores

  • Filipa Matias Médica Interna de Medicina Geral e Familiar.USF Novo Sentido, ACeS Porto Oriental
  • Alice Jeri Médica Interna de Medicina Geral e Familiar.USF Barão de Nova Sintra, ACeS Porto Oriental
  • Sofia Rodrigues Médica Interna de Medicina Geral e Familiar.USF Novo Sentido, ACeS Porto Oriental

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v33i1.12024

Palavras-chave:

Cafeína, Abortamento espontâneo, Morte fetal, Nado morto, Gravidez, Preconceção.

Resumo

Objetivo: Rever a evidência sobre a associação entre consumo de cafeína em mulheres saudáveis – no período preconceção ou durante a gravidez – e o risco de abortamento espontâneo ou nado morto. Fontes de dados: Bases de dados MEDLINE, National Guideline Clearinghouse, Canadian Medical Association Practice Guidelines Infobase, Cochrane Library, Bandolier, DARE, Trip Datebase e Índex de Revistas Médicas Portuguesas. Métodos de revisão: Revisão baseada na evidência de artigos publicados nos últimos cinco anos (de 1 de agosto de 2010 a 31 de agosto de 2015), nas línguas inglesa, francesa, italiana, espanhola e portuguesa. Foram utilizados os termos MESH ‘caffeine’, ‘spontaneous abortion’ e ‘fetal death’. Para avaliação do nível de evidência (NE) e força de recomendação foi utilizada a escala Strength of recommendation taxonomy, da American Family Physician. Resultados: Foram obtidos 84 artigos, dos quais quatro cumpriam os critérios de inclusão: três revisões sistemáticas com meta-análises (todas com NE 2) e um estudo coorte prospetivo (NE 1). Parece existir um aumento do risco de abortamento espontâneo ou nado morto com o consumo moderado a elevado de cafeína (superior a 100-150mg/dia) durante a gravidez. Não há evidência suficiente que demostre associação de risco no consumo durante a preconceção. Conclusões: O consumo moderado a elevado de cafeína durante a gravidez está associado ao aumento do risco de abortamento espontâneo e de nado morto (força de recomendação B), aconselhando-se um consumo nulo ou mínimo de cafeína (<100-150mg/dia) durante este período. Não há ainda evidência suficiente que demostre associação entre consumo durante a preconceção e a morte in utero. São necessários novos estudos que reforcem a evidência e definam as doses seguras de consumo de cafeína pela mulher nestes períodos.

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Publicado

2017-02-01

Como Citar

Matias, F., Jeri, A., & Rodrigues, S. (2017). Consumo de cafeína: o que aconselhar na preconceção e gravidez?. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 33(1), 56–62. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v33i1.12024