Um caso clínico de sintomas urinários baixos

Autores

  • Inês Domingues Teixeira Médica Interna de Medicina Geral e Familiar. USF Ribeira Nova, ACeS Lisboa Central
  • Ana Menezes Sanches Médica Assistente de Medicina Geral e Familiar. USF Ribeira Nova, ACeS Lisboa Central
  • Gil Falcão Médico Interno de Urologia. Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v33i2.12041

Palavras-chave:

Sintomas do aparelho urinário inferior, Hiperplasia prostática, Estenose uretral.

Resumo

Introdução: A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é uma das patologias benignas mais comuns entre os homens. O diagnóstico é essencialmente clínico, caracteriza-se pela apresentação de sintomatologia do aparelho urinário inferior (lower urinary tract symptoms [LUTS]), um dos principais motivos de consulta, com grande impacto na qualidade de vida. Como diferentes entidades clínicas podem originar LUTS, a marcha diagnóstica constitui um desafio para o médico de família. Descrição do caso: Homem de 88 anos, com antecedentes de LUTS, artrose dos joelhos, hipertensão arterial, flutter auricular, diabetes, tremor parkinsónico, insuficiência cardíaca e obesidade. Em junho de 2013, numa consulta programada, relata um quadro de LUTS com anos de evolução, com predomínio de sintomas de armazenamento como urgência miccional, polaquiúria e marcada noctúria. Refere cansaço progressivo com vários anos de evolução e dispneia para médios esforços. Após introdução e otimização de terapêutica para os LUTS e para a insuficiência cardíaca, o doente mantém alguma resistência na toma do diurético por intensificar os sintomas urinários. Em outubro de 2014, por apresentar sintomas refratários à terapêutica instituída para a HBP, é referenciado à consulta de urologia na qual se realiza o diagnóstico de estenose uretral. Comentário: A sintomatologia urinária pouco característica que o doente apresentava, a inexistência de alterações nos exames complementares de diagnóstico que sugerissem estenose uretral e a presença de vários fatores de confundimento (patologia cardíaca, diabetes e resistência na toma de diurético) contribuíram para a baixa suspeição desse diagnóstico. Contudo, a valorização das queixas do doente e uma monitorização dos sintomas ao longo do tempo foram a chave para uma adequada orientação diagnóstica e terapêutica, permitindo obter um melhor controlo global das queixas do doente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2017-03-01

Como Citar

Teixeira, I. D., Sanches, A. M., & Falcão, G. (2017). Um caso clínico de sintomas urinários baixos. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 33(2), 134–40. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v33i2.12041