Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
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<p>A Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar é um órgão oficial da Associação Portuguesa de Medicina Geral Familiar. Visa contribuir para o desenvolvimento da especialidade de Medicina Geral e Familiar e dos Cuidados de Saúde Primários, através de uma publicação científica isenta, rigorosa e atual.</p> <p>É publicada desde 1984 com uma periodicidade bimestral.</p>Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiarpt-PTRevista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar2182-5173<p>Os autores concedem à RPMGF o direito exclusivo de publicar e distribuir em suporte físico, electrónico, por meio de radiodifusão ou em outros suportes que venham a existir o conteúdo do manuscrito identificado nesta declaração. Concedem ainda à RPMGF o direito a utilizar e explorar o presente manuscrito, nomeadamente para ceder, vender ou licenciar o seu conteúdo. Esta autorização é permanente e vigora a partir do momento em que o manuscrito é submetido, tem a duração máxima permitida pela legislação portuguesa ou internacional aplicável e é de âmbito mundial. Os autores declaram ainda que esta cedência é feita a título gratuito. Caso a RPMGF comunique aos autores que decidiu não publicar o seu manuscrito, a cedência exclusiva de direitos cessa de imediato.</p> <p>Os autores autorizam a RPMGF (ou uma entidade por esta designada) a actuar em seu nome quando esta considerar que existe violação dos direitos de autor.</p> <p> </p>Quando a atipia desafia o diagnóstico: relato de um caso de herpes zoster
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<p><strong>Introdução: </strong>O herpes <em>zoster</em> (HZ) é uma doença que resulta da reativação do vírus varicela-<em>zoster</em> (VVZ). Tipicamente manifesta-se como um exantema vesicular doloroso que segue a distribuição de um dermátomo. Contudo, existem outras formas menos frequentes em que o HZ se manifesta em vários dermátomos, como é o caso do HZ multidermatomal.</p> <p><strong>Descrição do caso: </strong>Trata-se de uma doente do sexo feminino de 72 anos, que recorreu à consulta com dor hemicraneana e mandibular à esquerda, associada a áreas eritematosas dispersas pelo couro cabeludo do hemicrânio esquerdo, na hélice do pavilhão auricular esquerdo, com vesículas milimétricas e uma pequena lesão eritematosa na região mandibular esquerda com esboço de vesículas. Foi medicada com valaciclovir 1000mg de 8 em 8 horas durante sete dias, com melhoria progressiva das queixas álgicas e do exantema.</p> <p><strong>Comentário: </strong>O HZ clássico de dermátomos torácicos é o mais frequentemente descrito na literatura. Existem vários relatos de caso de HZ multidermatomal, afetando sobretudo a cabeça e o pescoço, tendo já sido propostos mecanismos que podem explicar a maior propensão do VVZ para se disseminar por vários dermátomos nestas localizações. Apesar de menos frequente, é importante conhecermos esta manifestação atípica de HZ, de modo a permitir o diagnóstico e tratamento precoces, no sentido de melhorar o prognóstico e diminuir complicações, como a dor neuropática crónica.</p>Teresa Raquel VazCatarina Sofia Pinto
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2023-05-032023-05-033921495410.32385/rpmgf.v39i2.13183Pneumatúria, um sintoma pouco frequente: relato de caso
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<p><strong>Introdução:</strong> A pneumatúria consiste na eliminação de ar no jato urinário. É um sintoma quase patognomónico de fístula colo-vesical; contudo, devem ser considerados outros diagnósticos diferenciais como cistite enfisematosa, fístula vesicovaginal e lesões iatrogénicas decorrentes de algaliação ou procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos recentes.</p> <p><strong>Descrição do caso:</strong> Os autores descrevem o caso de um homem, de 55 anos, com antecedentes de doença diverticular do cólon e infeções urinárias de repetição, que referiu na consulta que “tenho a sensação de que elimino ar, no fim de urinar”. Perante a suspeita de pneumatúria foram pedidas TC abdomino-pélvica e colonoscopia, que documentaram uma fístula colo-vesical como complicação de doença diverticular do sigmoide. Foi submetido a resseção anterior do reto, via laparoscópica, que decorreu sem complicações e evoluiu com boa recuperação.</p> <p><strong>Comentário:</strong> A pneumatúria é um sintoma pouco frequente na prática diária e pouco relatado na literatura. Por vezes, é o primeiro sintoma de fístula colo-vesical e deve sempre levantar suspeita desta complicação rara, principalmente em indivíduos com antecedentes de doença diverticular e infeções urinárias de repetição.</p>Diana Patrícia Pereira CoelhoJoão Vaz da SilvaHiroshi Okai
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2023-05-032023-05-03392155810.32385/rpmgf.v39i2.13521Unusual nail alterations in a child: a consequence of a common infection (a case report)
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<p><strong>Introduction</strong>: Onychomadesis refers to the proximal separation of the nail plate from the matrix following a temporary arrest in nail formation, leading to nail shedding. While it can be a consequence of multiple aetiologies, it is uncommon in childhood. To our knowledge, this is the first case reporting the association between onychomadesis and hand-foot-and-mouth disease in the context of primary health care in Portugal.</p> <p><strong>Case description</strong>: A previously healthy 21-month-old male child, otherwise asymptomatic except for fingernail alterations, was diagnosed with hand-foot-and-mouth disease four weeks before nail changes.</p> <p><strong>Comment</strong>: Beau’s lines and onychomadesis are late complications of hand-foot-and-mouth disease. Clinicians must invest in a proper and detailed patients medical history and assess recent viral infections. On the other hand, the knowledge of probable indicators and of the association between onychomadesis and hand-foot-and-mouth disease itself may avoid inadequate investigations, referrals, and treatments. Furthermore, advising and reassuring patients/parents/caregivers about possible nail alterations weeks following hand-foot-and-mouth disease may also prevent unnecessary concerns.</p>Joana Maria Ribeiro SilvaPaula Varandas
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2023-05-032023-05-033921596310.32385/rpmgf.v39i2.13553Angiossarcoma cutâneo na face: um relato de caso
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<p><strong>Introdução:</strong> O angiossarcoma é uma neoplasia vascular rara, porém, de elevada agressividade com altas taxas de recidiva local e metastização precoce. Clinicamente pode confundir-se com simples hematomas ou com doenças infeciosas e inflamatórias, dificultando o diagnóstico precoce. A biópsia cutânea assume um papel fundamental. </p> <p><strong>Descrição do caso: </strong>Descreve-se o caso de um homem de 70 anos, leucodérmico, com aparecimento de mancha na face com dois meses de evolução, inicialmente na região pré-auricular e progressão para a zona periocular; sem traumatismo associado. O utente foi encaminhado para consulta de dermatologia, tendo realizado biópsia cutânea. Esta revelou angiossarcoma epitelioide avançado da face. Iniciou seguimento em consulta de oncologia médica, tendo realizado ciclo de tratamentos de quimioterapia com doxorrubicina lipossomal peguilada. Teve evolução favorável da lesão, com ausência de metastização até ao momento atual. </p> <p><strong>Comentário: </strong>O reconhecimento precoce deste tipo de neoplasia torna-se essencial, devendo o médico de família apresentar uma postura diligente em relação ao aparecimento de manchas cutâneas na face, úlceras ou feridas cutâneas que não cicatrizam ao fim de quatro a seis semanas. Só o diagnóstico precoce permitirá o impacto positivo no prognóstico.</p>Vanessa Simaura MartinsIsabel Duarte Ferreira
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2023-05-032023-05-03392164910.32385/rpmgf.v39i2.13565International Classification of Primary Care: in line with the future of family medicine
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<p>.</p>Gustavo GussoKees van Boven
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2023-05-032023-05-03392104510.32385/rpmgf.v39i2.13776Aprendizagem relacional: oportunidades e desafios na formação em medicina geral e familiar
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<p>Não aplicável</p>Leonor Farinha
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2023-05-032023-05-03392170110.32385/rpmgf.v39i2.13681Hábitos alimentares: aconselhamento breve
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<p>Não aplicável.</p>Mariana BragaInês M. CaetanoLeonor Simões Raposo
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2023-05-032023-05-03392172410.32385/rpmgf.v39i2.13704Fatores que influenciam a satisfação profissional em medicina geral e familiar em Portugal: um estudo nacional
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<p><strong>Objetivo</strong>: Avaliar a satisfação profissional em medicina geral e familiar (MGF) quanto a questões pessoais, desempenho de competências especiais requeridas, organização do trabalho, relação médico-paciente, ensino e aprendizagem, equilíbrio pessoal e fatores de insatisfação.</p> <p><strong>Métodos</strong>: Estudo observacional transversal realizado em 2021 via questionário <em>web</em>, especificamente construído e validado, estruturado em seis grupos sobre fatores de satisfação e um sobre insatisfação. Avaliou-se o índice de satisfação, em percentagem, pela importância relativa dos sete grupos em média ponderada. O convite para resposta foi difundido nas redes sociais específicas de médicos especialistas ou internos de MGF.</p> <p><strong>Resultados</strong>: Amostra representativa de <em>n</em>=343, 106 (30,9%) do género masculino e 105 internos da especialidade (30,6%) sendo, destes, 79 (75,2%) do género feminino. O grupo etário 31-40 anos foi o mais representado: 40,8%. Nos seis grupos de fatores de satisfação a média nas respostas em intervalo [1-4] foi de 3,29, sendo menor no grupo <em>Fatores p/ equilíbrio pessoal </em>(2,13). Em <em>Fatores de insatisfação</em>, a média foi de 3,36. O <em>índice de satisfação</em> verificou uma média global de 68,9%.</p> <p><strong>Discussão</strong>: Sem outros resultados para comparação, a média elevada em <em>Fatores de insatisfação</em> e baixa em <em>Fatores para equilíbrio pessoal</em> implicam reflexão, mesmo que em pandemia COVID-19 e em época reflexiva sobre o modelo público de prestação da MGF.</p> <p><strong>Conclusão</strong>: Os médicos de MGF gostam da sua profissão. O equilíbrio pessoal não se verifica, sendo fatores de insatisfação a carga de trabalho burocrático, o volume de trabalho, a pressão mental excessiva, o salário inadequado e o não reconhecimento pelas administrações, restantes especialidades médicas e sociedade em geral.</p>Luiz Miguel SantiagoTiago João CoutinhoNuno JacintoInês Rosendo Silva
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2023-05-032023-05-033921071910.32385/rpmgf.v39i2.13467The impact of rapid antigen detection test (RADT) for group A streptococcus on the antibiotic prescription: an observational study from a primary care setting in Lisbon
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<p><strong>Introduction:</strong> Acute pharyngitis is a common diagnosis in primary care. Although viruses are the most common aetiology, antibiotic therapy is frequently prescribed. The inappropriate antibiotic prescription should be avoided to prevent antibiotic resistance. Many national and international guidelines recommend testing for group A streptococcus (GAS) before antibiotic treatment when clinical presentation suggests GAS infection.</p> <p><strong>Aim:</strong> This study aims to describe the feasibility of the implementation of the rapid antigen detection test (RADT) in a primary care setting and its impact on antibiotic prescription. Secondary goals include the evaluation of possible associations between symptoms and RADT results.</p> <p><strong>Methods:</strong> From October 2019 to March 2020, patients presenting with acute pharyngitis at USF do Parque were eligible. A questionnaire was applied to divide the individuals into four different groups (<em>clearly viral, probably viral, diagnostic doubt</em>, and<em> probably bacterial</em>), and to assess the previous intention to prescribe antibiotics. We applied 136 questionnaires and performed 133 RADT. Nursing staff classified the specimen collection process and result from interpretation according to its difficulty. The proportion of antibiotics avoided was estimated as the number of times physicians changed their intended antibiotic prescription following a negative RADT result.</p> <p><strong>Results:</strong> Among the tests performed, 97.7% were easy to interpret. Without RADT, 45 patients were going to be prescribed an antibiotic. After the test result, 27 antibiotic prescriptions were avoided. Tonsil hypertrophy, palatal petechiae, and fever increased the odds of a positive RADT result. Cough was associated with a negative RADT result.</p> <p><strong>Conclusions:</strong> This study showed that RADT is easy to implement and contributed to appropriate antibiotic prescription. Tonsil hypertrophy, palatal petechiae, and fever were significantly associated with a positive RADT result, and cough was associated with a negative RADT result. Primary care centers would benefit from having RADT available when there is strong suspicion or doubt of bacterial pharyngitis.</p>Rita AzevedoLeonardo VinagreDiana MarquesCatarina DamásioRegina SáLeonor JorgeMargarida MagalhãesInês MendesJoana OrtizVasco Maria
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2023-05-032023-05-03392121810.32385/rpmgf.v39i2.13468Proporção de sinais e sintomas ICPC2 indevidamente colocados como doença crónica em medicina geral e familiar: um estudo preliminar no Centro de Portugal
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<p><strong>Objetivo:</strong> Identificar “sinais e sintomas” dos capítulos da ICPC-2 inapropriadamente classificados como ativos e crónicos, verificando a sua proporção e principais capítulos.</p> <p><strong>Métodos: </strong>Estudo observacional e transversal, quasi-aleatório, com características exploratórias, pela colheita de dados das consultas de todas as terças, quartas e sextas-feiras do mês de agosto de 2021, nas consultas de dois ficheiros clínicos. Fez-se a análise descritiva da lista de problemas ativos dos utentes e registo das classificações consideradas inapropriadas.</p> <p><strong>Resultados: </strong>Foram avaliados os dados de 123 doentes, 52,8% do sexo feminino e com idade média de 53,3±22,4 anos. Verificámos que 45,5% dos doentes apresentavam classificações erradamente crónicas, sendo 8,2% classificações erradas. Os capítulos músculo-esquelético (16,3%), psicológico (7,3%) e os capítulos genital feminino, circulatório e geral e inespecífico (todos com 5,7%) foram os mais frequentes. Em função do género e idade, não se verificou diferença significativa, mas quanto maior era o número de classificações totais, maior era o número de classificações erradamente colocadas.</p> <p><strong>Discussão: </strong>Os resultados podem significar um impacto negativo no acompanhamento do doente, na comunicação entre médicos, no aumento do tempo despendido nas consultas, por não atualização da lista de problemas, e na diminuição da credibilidade dos registos para investigação. A elevada prevalência dos sintomas músculo-esqueléticos pode levar à manutenção destes problemas como crónicos. A pandemia COVID-19 pode ser associada a um maior número de sinais e sintomas transitórios, mas classificados como ativos. Um grande número de problemas ativos pode afetar a capacidade de classificar.</p> <p><strong>Conclusão: </strong>A atualização, periódica, da lista de problemas, o investimento na formação dos médicos de família na ICPC-2 e a avaliação frequente das classificações parecem atividades a desenvolver. São necessários mais estudos de validação da informação classificada nos sistemas de registo eletrónico.</p>Joana Pinto CoelhoMaria Teresa ReisLuiz Miguel Santiago
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2023-05-032023-05-03392132910.32385/rpmgf.v39i2.13471Divulgação de conflitos de interesse na Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar em 2019
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<p><strong>Introdução e objetivo:</strong> A confiança da opinião pública na investigação científica e a credibilidade dos artigos científicos publicados são influenciadas pela forma como os autores divulgam os seus conflitos de interesse (CdI). O objetivo do presente estudo foi caracterizar a divulgação de CdI financeiros numa publicação médica de referência na medicina geral e familiar em Portugal, comparando os CdI declarados pelos autores com os pagamentos listados na Plataforma de Comunicações – Transparência e Publicidade, do Infarmed.</p> <p><strong>Método</strong>: Foram analisados todos os artigos publicados na Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar entre janeiro e dezembro de 2019. Os autores foram classificados segundo a concordância entre os CdI declarados e os pagamentos listados na plataforma de transparência. Os autores que publicaram mais do que um artigo no período em análise foram considerados como novos autores, uma vez que cada publicação é uma nova oportunidade de divulgação de CdI.</p> <p><strong>Resultados</strong>: Foram analisados 56 artigos (total 67, 11 excluídos) e em nenhum caso foi referida a existência de CdI financeiros. Quarenta e oito artigos (85,7%) continham pelo menos um autor com pagamentos na plataforma do Infarmed. Dos 196 autores analisados (total de 207 autores, 10 excluídos por não serem médicos, um por impossibilidade de garantir identificação inequívoca por homonímia), 112 (57,1%) tinham pagamentos não divulgados. O total dos pagamentos não divulgados ascendeu a 127.025,37 €.</p> <p><strong>Discussão</strong>: Nenhum autor declarou a existência de CdI financeiros, possivelmente por não considerar relevante a relação entre os pagamentos recebidos e o objetivo do próprio estudo. A omissão de CdI deve ser considerada má prática, pelo que torna-se necessário reforçar as medidas de transparência no processo de divulgação científica.</p>Fabrizio Cossutta
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2023-05-032023-05-03392142810.32385/rpmgf.v39i2.13491As pessoas vivem enquanto se fala delas: o legado de José Guilherme Jordão
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<p>São muitos os possíveis modos de pensar e de falar sobre uma pessoa ligada à história da Medicina Geral e Familiar, sobre o seu trajeto de vida, o que se herdou, os processos em que se envolveu, as marcas e os registos do que nos deixou.</p> <p>José Guilherme Lopes Pereira Jordão (JGJ) nasceu em Leiria a 8 de janeiro de 1951 e faleceu a 23 de agosto de 2003. O seu percurso encontra-se amplamente descrito num editorial escrito na RPMGF pelo Manuel Valente Alves,<sup>1</sup> no Dicionário dos Médicos Portugueses editado pela unidade de História da Medicina,<sup>2</sup> num editorial da Revista da ADSO,<sup>3</sup> no livro <em>Da memória</em><sup>4</sup> que celebra os 20 anos da medicina geral e familiar e na sua tese de doutoramento, <em>A medicina geral e familiar: caracterização da prática e sua influência no ensino pré-graduado</em>,<sup>5</sup> tantas vezes alvo de citações.</p> <p>O seu percurso, as ações que praticou, os eventos em que participou estão ligados às suas qualidades humanas, ao seu eu, à doença que sofreu, aos valores, às ideias e ideais (seus e do seu tempo), ao estado psicológico reinante nos médicos da época e às condições sociopolíticas de então.</p>Isabel Santos
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