O impacto do nível socioeconómico na acessibilidade aos cuidados de saúde primários: estudo em quatro unidades de saúde do Norte de Portugal

Autores

  • Vânia Teixeira Médica assistente de Medicina Geral e Familiar, Unidade de Cuidados Continuados, Hospital-escola Universidade Fernando Pessoa
  • Ana Mafalda Macedo Médica assistente de Medicina Geral e Familiar, UCSP Cinfães – ACeS Baixo Tâmega
  • Catarina Borges Médica assistente de Medicina Geral e Familiar, UCSP santo António do Laranjeiro, ACeS Almada –Seixal
  • Sofia Carrapa Médica assistente de Medicina Geral e Familiar, UCSP Castro D'Aire, ACeS Dão Lafões
  • Sara China Médica assistente de Medicina Geral e Familiar, Centro de Saúde da Marinha Grande – ACeS Pinhal Litoral
  • Raquel Cunha Médica assistente de Medicina Geral e Familiar, UCSP Terras de Bouro, ACeS Gerês – Cabreira

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v32i6.11958

Palavras-chave:

Cuidados de Saúde Primários, Nível Socioeconómico, Acessibilidade.

Resumo

Objetivos: Relacionar o nível socioeconómico com a acessibilidade aos cuidados de saúde primários em quatro Unidades de Saúde Familiar (USF), nas dimensões que surgem após a perceção, por parte dos utentes, da necessidade de cuidados de saúde: capacidade e acomodação, esforço financeiro e adequabilidade. Tipo de Estudo: Estudo observacional descritivo, transversal e analítico. Local: USF Brás-Oleiro, USF São Pedro da Cova, USF Bracara Augusta e USF Prelada. População: Utentes com idade igual ou superior a 18 anos, inscritos nas USFs supracitadas há mais de doze meses, pertencentes às listas dos orientadores de formação das investigadoras e com pelo menos um contacto com a sua USF nos últimos 24 meses. Métodos: Estudo realizado entre abril e dezembro de 2014 através da aplicação de um questionário por via telefónica. Cada uma das dimensões da acessibilidade foi avaliada através de um score global que foi posteriormente relacionado com o nível socioeconómico da população em estudo. Foram utilizados os testes estatísticos do Qui-Quadrado, Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e a correlação de Spearman. Resultados: Dos 1.250 utentes selecionados, 692 (55,4%) responderam ao questionário. Verificou-se existirem diferenças estatisticamente significativas entre as USF relativamente a cada score (p < 0,05). A escolaridade, o rendimento, o número de elementos do agregado familiar e a situação de isenção apresentaram correlação estatisticamente significativa com todos os scores. Constatou-se que a idade, a situação profissional, o estado geral de saúde e a duração da relação do utente com o seu médico de família se correlacionaram de forma estatisticamente significativa com os scores «Capacidade e Acomodação» (p < 0,05) e «Adequabilidade» (p < 0,05). Conclusões: Globalmente, o presente estudo permitiu inferir que, para a população analisada, um nível socioeconómico mais desfavorecido e uma pior perceção do estado de saúde se correlacionaram com uma maior acessibilidade, fundamentalmente no que diz respeito à Capacidade e Acomodação e Adequabilidade.

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Publicado

01-11-2016

Como Citar

O impacto do nível socioeconómico na acessibilidade aos cuidados de saúde primários: estudo em quatro unidades de saúde do Norte de Portugal. (2016). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 32(6), 376-86. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v32i6.11958