As assimetrias do rastreio combinado do primeiro trimestre de gravidez em Portugal

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DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v41i3.13144

Palavras-chave:

Rastreio combinado do primeiro trimestre, Equidade em saúde, Acesso aos serviços de saúde, Disparidades em saúde

Resumo

O rastreio combinado do primeiro trimestre de gravidez tem como objetivo avaliar o risco para a existência de um embrião com trissomia 13, 18 e/ou 21. O rastreio combinado do primeiro trimestre resulta da combinação da idade materna, com os dados obtidos na ecografia do primeiro trimestre e com o rastreio bioquímico. Este rastreio é o mais indicado para determinar o risco de anomalias cromossómicas. Várias entidades internacionais e nacionais aconselham a realização do rastreio combinado do primeiro trimestre a todas as grávidas, independentemente da sua idade. No entanto, as assimetrias no acesso a este rastreio entre os serviços hospitalares são evidentes, não estando garantida a equidade entre grávidas. A falta de recursos humanos treinados em algumas regiões do país é reconhecida no relatório de diagnóstico pré-natal de 2011, da Direção-Geral da Saúde, que aponta também a carência de espaço físico e de ecógrafos de alta-definição. É importante que a equidade em saúde seja estabelecida e que as grávidas tenham acesso a realizar o seu rastreio combinado do primeiro trimestre num serviço credenciado e de qualidade, independentemente da área de residência. O rastreio estruturado não se encontra disponível em ambulatório, apenas nos serviços de obstetrícia, e não é em todos os hospitais. Neste sentido, é então urgente investir nos cuidados de saúde materna para que termine esta iniquidade no acesso ao rastreio combinado do primeiro trimestre no Serviço Nacional de Saúde.

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Biografia do Autor

  • Diana Campos Lopes, Médica Especialista em Medicina Geral e Familiar. USF Vasco da Gama, ULS São José. Lisboa, Portugal.
    Sin conflictos de intereses.

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Publicado

27-06-2025

Como Citar

As assimetrias do rastreio combinado do primeiro trimestre de gravidez em Portugal. (2025). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 41(3), 278-82. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v41i3.13144