Quanto mais me bates, menos gosto de mim – abordagem da violência doméstica em Cuidados de Saúde Primários

Autores

  • Alexandra Pina Interna de Medicina Geral e Familiar na Unidade de Saúde Familiar Horizonte, ACES de Matosinhos

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v29i4.11110

Palavras-chave:

Violência doméstica, Equipa de Saúde, Capacitação

Resumo

Introdução: A violência doméstica é uma epidemia que tem estado presente desde sempre na sociedade, sendo transversal a todas as classes socioeconómicas e culturais ou educacionais. O médico da família tem tradicionalmente dificuldade em gerir estas situações, ficando dividido entre ter uma atitude de apoio e escuta passiva ou em tomar alguma ação no sentido de capacitar a vítima das opções que existem na comunidade para a apoiar. Descrição do caso: Fiona, 37 anos, apresenta um contexto socioeconómico adverso e alterações da dinâmica familiar recente. Recorre a consulta programada referindo ter sido vítima recente de maus tratos físicos conjugais, após semanas de intimidação, violência emocional, verbal e psicológica e ameaças de morte. Pediu auxílio à polícia mas recusou o apoio imediato de emergência social para si e filho de sete anos, que incluía ficar numa Casa-Abrigo. Esta recusa possibilitou um contacto do agressor com o filho, influenciando negativamente a sua relação com Fiona. Perante o desespero da doente, foi agendada nova consulta para acompanhar a evolução da situação. A equipa de saúde foi ativada, visando a construção de uma proposta de Plano de Prevenção Terciária da Violência Doméstica. A capacitação da utente e dissecção das alternativas de futuro e do apoio comunitário disponível culminaram no consentimento da mesma em reingressar no circuito de proteção de vítimas e ir com o filho para uma Casa-Abrigo. Comentário: O caso explora a forma como o papel do Médico de Família na gestão de situações de violência doméstica pode ser mais ativa no sentido de capacitar as vítimas e incentivar a sua segurança, fazendo-as conhecer os seus direitos ou fornecendo referências apropriadas para que possam procurá-las. O trabalho integrado da equipa de saúde é fundamental para uma orientação global e mais efetiva da vítima

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Publicado

2013-07-01

Como Citar

Pina, A. (2013). Quanto mais me bates, menos gosto de mim – abordagem da violência doméstica em Cuidados de Saúde Primários. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 29(4), 250–4. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v29i4.11110