Qualidade de vida dos doentes com asma
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v22i6.10301Palavras-chave:
Asma, Qualidade de vida, Controlo da AsmaResumo
Introdução: Em Portugal a qualidade de vida dos doentes Asmáticos tem sido um tema pouco estudado. Os questionários realizados pela Associação Portuguesa dos Asmáticos, em que foram retratados a qualidade de vida dos Asmáticos portugueses, os seus problemas e as suas necessidades, revelaram que mais de 70% dos Asmáticos portugueses considera que a Asma afecta demasiado a sua vida. Vários são os questionários que têm sido desenvolvidos para aferir a qualidade de vida dos doentes com Asma. Estudos publicados referem muitos factores que podem influenciar o controlo desta patologia e a qualidade de vida. Este trabalho de investigação pretende determinar a relação entre a qualidade de vida dos Asmáticos e os seguintes factores: Idade, Sexo, Índice de Graffar, Comorbilidade, Gravidade da Asma, Controlo da Asma e %FEV1 prevista (%FEV1). Metodologia: Foi realizado um estudo observacional, transversal, quantitativo e analítico, em 210 Asmáticos com mais de 18 anos, inscritos numa Unidade de Saúde Familiar (USF). Os doentes foram seleccionados aleatoriamente com base nas notificações dos Médicos dessa unidade, integradas nos Médicos Sentinela de 2000 a 2002, e nos registos individuais informatizados. A cada um dos doentes foi aplicado um questionário que avaliava as variáveis Sexo, Idade, Índice de Graffar, Gravidade da Asma, pelos critérios do GINA, controlo da Asma, pelo questionário ACQ, Comorbilidade e %FEV1, como variáveis independentes e a qualidade de vida (avaliada por dois questionários: o SF36, questionário do estado de saúde, com os componentes físico - PCS - e mental - MCS -, e o AQLQ, questionário específico para a Asma), como variável dependente. Resultados: Obtiveram-se 69% de mulheres, uma média etária de 44,8 ± 17,1 anos e 73,8% de Asmáticos com Índices de Graffar 3 e 4. Em relação às características da Asma, destacam-se 32,4 e 41,1% dos Asmáticos com Asma persistente ligeira e moderada, respectivamente, uma média do ACQ de 1,5 ± 1,1 e da %FEV1 de 80,2 ± 21,2. Dos Asmáticos estudados 65,3% tinham Comorbilidade. Por ordem de importância, o ACQ, a Gravidade da Asma, o Sexo e a %FEV1 explicaram 75,5% da variação do AQLQ. O ACQ, a Comorbilidade, o Sexo e o Índice de Graffar, também por ordem de importância, explicaram 75,6 e 60,0% da variação do PCS e do MCS do SF36, respectivamente. Discussão/Conclusão: Este estudo provou que da avaliação completa do estado de saúde dos Asmáticos devem fazer parte, além das medidas clínicas e funcionais, medidas da qualidade de vida específica e geral, pois dão informação sobre o bem-estar do doente, reflectem o estado de controlo da Asma e podem dar informação sobre a sua Gravidade. O Médico de Família deve estar familiarizado com as medidas de avaliação da Asma, dos factores que a influenciam e, em especial, do seu controlo, que é o aspecto mais relevante.Downloads
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