Desafios da complexidade em Medicina Geral e Familiar
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v23i6.10428Palavras-chave:
Complexidade, Teoria da Complexidade, Multimorbilidade, Medicina Geral e FamiliarResumo
Os autores identificam alguns aspectos da prática da medicina geral e familiar (MGF) que podem beneficiar dos contributos teóricos e metodológicos da teoria dos sistemas complexos. Destacam: a multimorbilidade; os desafios da mudança comportamental para prevenção de doenças e promoção da saúde; os factores associados à «adesão à terapêutica»; o efeito placebo; a trama de factores biológicos, psicológicos, relacionais, familiares, sociais, laborais, económicos e culturais que modelam o sofrimento, os modos de adoecer e a procura de cuidados de saúde dos diferentes pacientes; o papel da autonomia e do «empowerment» das pessoas e da comunidade; e as dificuldades para lidar com os labirintos actuais da tecnologia, dos serviços e dos sistemas de saúde. Abordam sucintamente o percurso teórico desde von Bertalanffy (1968) até ao presente, bem como os níveis de organização sistémica relevantes para a MGF: individual, familiar, organizacional e comunitário. A teoria (ciência) da complexidade é apresentada com enfoque no estudo dos sistemas complexos adaptativos (SCA). Discutem o conceito de «fronteira» ou «margem» do caos («edge of chaos») como zona e estado de maiores possibilidades de mudança e de transformação adaptativa e evolutiva dos sistemas complexos. Apresentam, ainda, alguns princípios e instrumentos para lidar com a complexidade, que podem ser úteis no dia-a-dia da MGF. Os autores concluem pela necessidade de criar e de adoptar progressivamente estratégias cognitivas e modos integradores de ver e de ler a pessoa humana e o mundo, reconhecendo e aceitando sempre o princípio da incompletude e da incerteza do conhecimento possível, em cada momento.Downloads
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