A saúde dos imigrantes em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v25i1.10590Palavras-chave:
Imigrantes, Cuidados de Saúde, Problemas de SaúdeResumo
Objectivo: Este artigo propõe-se apresentar os principais problemas de saúde de populações culturalmente distintas em Portugal: trabalhadores imigrantes e as suas famílias, no contexto da prestação de cuidados de saúde. Métodos: Foi consultada literatura de referência e artigos na Medline e Google, para além de um trabalho efectuado pelo autor, referentes aos problemas de saúde dos imigrantes, bem como ao modo como acedem e utilizam os serviços de saúde. A pesquisa incidiu sobre artigos publicados nos últimos oito anos em língua inglesa, francesa, espanhola e portuguesa. Conclusões: A evidência mostra que os imigrantes, frequentemente, têm grande dificuldade em aceder e usar os serviços de saúde disponíveis, o que os torna num grupo de risco acrescido. Revela, igualmente, que os problemas de saúde, na população imigrante, resultam de condições físicas, psicológicas e, talvez mais importante que as anteriores, de condições sociais, que potenciam o risco de adoecer. Prestar cuidados à população imigrante pressupõe, não apenas reduzir os factores de risco e tratar a doença, mas, igualmente, promover o suporte social necessário tanto a estes doentes como às suas famílias, de modo a que, efectivamente, se consigam eliminar as disparidades encontradas quando se comparam os cuidados de saúde prestados a estas populações com os dispensados à população autóctone. Deste modo, a melhor estratégia será a combinação de medidas que permitam, não apenas reduzir as consequências da estigmatização e exclusão sociais desta população, fornecendo informação sobre as suas caraterísticas culturais, as suas crenças e os seus valores, mas também a detecção e tratamento precoce dos seus problemas de saúde e a promoção da educação para a saúde, através de programas que estimulem a aquisição de estilos de vida saudáveis, especialmente nos grupos etários mais jovens. Da mesma forma, a utilização de intérpretes, ou de mediadores culturais, servirá para ultrapassar as barreiras linguísticas, permitindo uma melhor comunicação e relação entre médico e doente. Por fim, em virtude do desconhecimento, pelos profissionais de saúde, dos padrões culturais e das necessidades específicas destas populações, torna-se necessário que os médicos de família sejam sujeitos a um treino específico que os sensibilize para as diferenças culturais, para ultrapassarem estereótipos e obterem informação e competências na comunicação intercultural, que se reflictam na qualidade de cuidados prestados a esta população.Downloads
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