Anticoagulação oral nos muito idosos e seus determinantes clínicos

Autores

  • Márcia Christel Sá Mestrado Integrado em Medicina (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto). Internas de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. Unidade de Saúde Familiar Saúde em Família (Agrupamento de Centros de Saúde Grande Porto IV - Maia).
  • Maria João Balsa Mestrado Integrado em Medicina (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto). Internas de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar. Unidade de Saúde Familiar Saúde em Família (Agrupamento de Centros de Saúde Grande Porto IV - Maia).

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v28i3.10939

Palavras-chave:

Anticoagulação, Muito Idoso

Resumo

Objectivos: Determinar a frequência de anticoagulação nos idosos com 80 ou mais anos de idade inscritos numa USF, analisar factores associados à instituição desta terapêutica, caracterizar o subgrupo de doentes com fibrilação auricular quanto à pontuação nas escalas CHA2DS2VASc e HAS-BLED e analisar a prescrição antitrombótica respectiva. Tipo de estudo: Estudo observacional analítico transversal. Local: Unidade de Saúde Familiar Saúde em Família, Maia, Portugal. População: Utentes inscritos nesta Unidade de Saúde Familiar com 80 ou mais anos de idade. Métodos: Foi realizada uma colheita de dados dos processos electrónicos de uma amostra aleatória de 266 utentes. Foram registados idade e sexo do utente, prescrição de anticoagulantes orais e antiagregantes plaquetários, possíveis motivos clínicos e contra-indicações para anticoagulação, assim como patologias cardiovasculares associadas, último registo tensional e de índice de massa corporal. Resultados: A frequência de anticoagulação foi de 6,8% (IC95%: 3,7-9,8%). Da análise dos factores associados à anticoagulação, destacam-se com valores estatisticamente significativos os diagnósticos de fibrilação/flutter auricular, embolia pulmonar, doença arterial periférica, insuficiência cardíaca e enfarte agudo do miocárdio. Dos 31 utentes com fibrilação auricular, 35,5% estavam anticoagulados, 9,7% estavam anticoagulados e antiagregados, 45,2% estavam antiagregados e 9,7% não tinham terapêutica antitrombótica prescrita. Os utentes com esta arritmia tinham, segundo a escala de risco trombótico, indicação para anticoagulação. Conclusões: A frequência de anticoagulação entre os utentes muito idosos desta unidade de saúde é elevada. A fibrilação auricular é o motivo provável da anticoagulação da maioria dos utentes. Grande parte dos indivíduos com esta arritmia encontrava-se sob terapêutica antitrombótica, mas a percentagem de utentes anticoagulados foi menor do que a esperada, de acordo com a ponderação das pontuações de risco trombótico e hemorrágico.

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Publicado

2012-05-01

Como Citar

Sá, M. C., & Balsa, M. J. (2012). Anticoagulação oral nos muito idosos e seus determinantes clínicos. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 28(3), 168–176. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v28i3.10939