O processo da revelação: um caso de incesto

Autores

  • Cristina Nunes Médica Assistente de Medicina Geral e Familiar da UCSP Buraca – ACES Amadora

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v30i6.11403

Palavras-chave:

Incesto, Violência

Resumo

O incesto é um problema de saúde pública pouco consciencializado pela sociedade; existe, em particular, um elevado subdia-gnóstico pelos serviços de saúde. É um dos crimes menos denunciados e mais impunes e a revelação pela vítima é fundamental, embora rara e difícil. O médico de família encontra-se numa posição privilegiada para a sua abordagem. Juno, 39 anos, criada pela família adotiva dos 6 meses aos 7 anos de idade e que, mantendo contacto com a família biológica, é vítima de incesto pelo irmão mais velho até aos 17 anos de idade. Após anos de seguimento clínico, descreve-se o processo moroso da revelação, associado a questões éticas e legais. A doente manifesta personalidade estado-limite, perturbação de stresse pós-traumático, disfunção familiar e social. O processo terapêutico deve ser prolongado, multidisciplinar e abrangente (individual e familiar). A atitude do médico de família pode favorecer o tratamento pela sua atitude empática e por permitir o reconhecimento pela doente de que as suas emoções mal adaptativas da atualidade foram, no passado, uma resposta de sobrevivência ao incesto.

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Publicado

2014-11-01

Como Citar

Nunes, C. (2014). O processo da revelação: um caso de incesto. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 30(6), 386–96. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v30i6.11403