Treino do bacio: estudo observacional numa amostra de crianças saudáveis entre os 18 e os 42 meses

Autores

  • Ângela Pereira Médica Interna de Pediatria, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga
  • Jean-Pierre Gonçalves Médica Pediatra, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga
  • Ângela Oliveira Médica Interna de Pediatria, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga
  • Liliana Abreu Médica Interna de Pediatria, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga
  • Manuela Costa Alves Médica Pediatra, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga
  • Aparício Braga Médico Assistente de Medicina Geral e Familiar, Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Infias (Braga), Centro de Saúde de Braga
  • Sofia Martins Médica Pediatra, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v31i2.11465

Palavras-chave:

Controlo Esfincteriano, Crianças, Desenvolvimento Infantil, Treino do Bacio

Resumo

Introdução: O treino do bacio (TB) ou controlo de esfíncteres é uma etapa importante no desenvolvimento infantil. Existem poucos estudos e diretrizes sobre esta temática e, da pesquisa bibliográfica efetuada, não há dados epidemiológicos nacionais. Este estudo pretende descrever o processo do TB numa amostra de crianças portuguesas, determinando variáveis biológicas, sociais e económicas envolvidas e métodos aplicados. Metodologia: Efetuado um estudo transversal, observacional e analítico, selecionando uma amostra de conveniência na consulta de saúde infantil e juvenil de três centros de saúde. Recolhemos os dados através de um questionário aos pais de crianças entre 18 e 42 meses (M). Excluímos patologias crónicas que interfiram na aquisição de controlo de esfíncteres, gémeos ou dados insuficientes. Resultados: Foram realizados inquéritos aos pais de 83 crianças com idades compreendidas entre 18M e 42M, das quais 24 não deram início ao TB. Das 59 restantes, 31 eram rapazes e a média de idades 31M [desvio-padrão (DP)=9]. A idade média de início e término do TB foi 22M (DP=7) e 27M (DP=7), respetivamente (mais cedo nas raparigas). Crianças do meio rural, filhos de mães empregadas e com escolaridade ≤ 5 anos iniciaram o TB mais cedo. No total, 20 completaram o TB, após uma duração em média de 3M (mediana 2M [0-16M]). O grupo que iniciou mais cedo completou com menor idade o TB (p = 0,005); contudo, a duração até aquisição de controlo de esfíncteres foi maior (p = 0,046). Os métodos aplicados mais vezes pelos cuidadores foram reforço positivo e mostrar exemplos. Conclusões: A transição para TB apresenta grande variabilidade de fatores; nesta amostra, crianças do sexo feminino, filhos de mães empregadas e com menos instrução académica, a viver em meio rural, iniciaram o TB mais cedo. Existiu uma diferença estatisticamente significativa entre iniciar o TB com menor idade e a aquisição de controlo de esfíncteres mais precoce, mas também com maior duração do TB.

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Publicado

01-03-2015

Como Citar

Treino do bacio: estudo observacional numa amostra de crianças saudáveis entre os 18 e os 42 meses. (2015). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 31(2), 105-15. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v31i2.11465