QualiSex: estudo da associação entre a qualidade de vida e a sexualidade nos idosos numa população do Porto.
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v35i1.11932Resumo
Introdução: A sexualidade é uma das dimensões com impacto na qualidade de vida, mesmo na população idosa, mas não existem estudos que evidenciem uma relação entre ambos os parâmetros, nesta faixa etária. O SF-12, questionário que avalia a qualidade de vida e que está validado para a população portuguesa, integra oito aspectos: função física, desempenho físico, dor, saúde geral, vitalidade, função social, desempenho emocional e saúde mental.
Objectivos: Caracterizar a sexualidade na população idosa numa área urbana de Portugal e estabelecer relação com a qualidade de vida.
Métodos: Estudo observacional, transversal e descritivo, com componente analítico. A população estudada foram os utentes inscritos na Unidade de Saúde Familiar de Ramalde, com idade ≥ 65 anos. Obteve-se uma amostragem aleatória. Os utentes foram convidados telefonicamente a participar no estudo. Para aqueles que aceitaram agendou-se a realização de entrevista presencial, com um questionário estruturado em duas partes: uma elaborada pelos investigadores (variáveis sociodemográficas e variáveis relacionadas com a sexualidade); outra que corresponde ao questionário SF-12. A análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva e inferencial, recorrendo ao programa SPSS® v24.
Resultados: A amostra incluiu 213 utentes, maioritariamente mulheres (59,2%), com idade média de 73 anos (desvio padrão=5,96). Metade dos utentes tinha vida sexual ativa (maioritariamente homens) e 75% referiu satisfação com a vida sexual. O género masculino atribuiu maior importância à vida sexual. Verificou-se uma associação entre uma vida sexual ativa e algumas dimensões do SF-12, em ambos os géneros. A satisfação das mulheres com a sua vida sexual relacionou-se com a dimensão “saúde mental”.
Discussão: Este estudo pioneiro focou um tema que tem sido negligenciado. Demonstrou-se a importância da sexualidade numa faixa etária por vezes considerada “assexuada” e o seu impacto na qualidade de vida, o que reforça a pertinência da abordagem destas questões nas consultas.
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