Síndroma de Stevens-Johnson: a importância do reconhecimento pelo médico de família
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v33i4.12228Palavras-chave:
Síndroma de Stevens-Johnson, Varicela, Exantema.Resumo
Introdução: As crianças são frequentemente alvo de quadros infeciosos, não só pelo seu contexto epidemiológico mais vulnerável, mas também pela imaturidade do seu sistema imunitário. As doenças exantemáticas são frequentes nesta fase da vida, impondo ao médico uma enorme dificuldade diagnóstica no que concerne a patologias dermatológicas. O objetivo deste relato de caso prende-se com a importância do médico de família reconhecer alterações cutâneas de maior gravidade, que se comportem como emergências dermatológicas. Descrição do Caso: Criança do género feminino, cinco anos, sem antecedentes pessoais de relevo. Em agosto de 2015 recorreu a consulta de medicina geral e familiar por febre, mal-estar geral e com duas lesões eritematosas e ulceradas no lábio inferior com três dias de evolução. Esta situação foi encarada como um quadro de varicela. Dois dias depois verificou-se agravamento da situação, com surgimento de lesões semelhantes na mucosa vaginal, edema palpebral e exsudação mucopurulenta ocular bilateral. Por recusa alimentar total recorreu a um serviço de urgência privado, onde ficou internada. Dada a ausência de melhoria foi transferida para o hospital da área de residência três dias depois, encontrando-se prostrada, com múltiplas lesões aftosas na mucosa oral e vaginal, hemorragias subconjuntivais dispersas e queratite. Ficou internada no serviço de pediatria. Atendendo ao quadro clínico de estomatite ulcerativa, conjuntivite purulenta e vulvovaginite foi assumido o diagnóstico clínico de síndroma de Stevens-Johnson. Comentário: A síndroma de Stevens-Johnson caracteriza-se por uma reação de hipersensibilidade cutânea tardia que atinge a pele e as mucosas. Constitui uma emergência dermatológica com potencial elevado de morbimortalidade, difícil de diagnosticar na prática clínica diária do médico de família. Assim, sempre que surjam lesões cutâneas ou mucosas associadas a toma de fármacos, infeções virais, neoplasias ou simplesmente lesões que concernem algum grau de suspeição, não deve ser adiada a referenciação hospitalar urgente.Downloads
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