Doença arterial periférica em doentes com diabetes nos cuidados de saúde primários: estudo observacional

Autores

  • David Brito Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar. USF VitaSaurium, Soure
  • Henrique Correia Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar. USF Progresso e Saúde, Tocha, Cantanhede
  • Ana Vaz Ferreira Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar. UCSP Dr. Manuel Cunha, São Martinho do Bispo, Coimbra
  • Susana Jorge Enfermeira em Cuidados de Saúde Primários. Pós-graduada em Diabetes. USF Mondego, São Martinho do Bispo, Coimbra
  • Hernâni Caniço Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar. UCSP Dr. Manuel Cunha, São Martinho do Bispo, Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v33i4.12229

Palavras-chave:

Pé diabético, Doença arterial periférica, Índice tornozelo-braço, Claudicação intermitente, Cuidados de saúde primários.

Resumo

A doença arterial periférica (DAP) associa-se a risco de ulceração e amputação. A determinação do índice de pressão tornozelo-braço (IPTB) é recomendada para a sua deteção em doentes com diabetes selecionados, associada à avaliação clínica. Objetivos: Determinar a prevalência das manifestações de DAP em doentes com diabetes nos cuidados de saúde primários (CSP). Local: Centro de Saúde de São Martinho do Bispo. População: Doentes com diabetes em cuidados de saúde primários. Tipo de estudo: Estudo observacional, analítico e transversal, que resulta do projeto de intervenção Venha Pelo Seu Pé. Métodos: Amostra de conveniência de 418 doentes com diabetes (48,4% da população), idade > <50 anos, observados em consulta de pé diabético. Metodologia e colheita de dados realizadas por profissionais de saúde com experiência. Variáveis: idade, sexo, IMC, perímetro abdominal, pressão arterial, antecedentes tabágicos, dislipidemia, hipertensão, lesões macrovasculares, local de acompanhamento, duração da diabetes, HbA1c registada, terapêutica da diabetes, claudicação arterial e dor em repouso, palpação de pulsos tibiais/pediosos e valores dos IPTB. Usaram-se os testes qui-quadrado ou de Fisher na análise de associação de variáveis. Resultados: Quatrocentos e dezoito doentes com idade média de 68,85±8,64 anos, 52,9% do sexo feminino. Com 2,9% de fumadores, 84,0% com dislipidemia e 87,1% hipertensos (ou terapêutica para esses problemas) e 19,1% com lesões macrovasculares. Duração média da diabetes de 10,72±8,48 anos e média de HbA1c de 6,86±1,16%. Proporção de doentes com úlcera, e amputados, de 0,5%. A prevalência de claudicação arterial foi de 9,8% (IC95%: 7,1-13,1), de pulso não palpável de 14,6% (IC95%: 11,3-18,3) e IPTB ≤0,9 de 11,5% (IC95%: 6,6-14,9), com prevalência global de alterações sugestivas de DAP de 28,5% (IC95%: 24,2-33,1). Foi identificada associação significativa entre IPTB ≤0,9 e pulso não palpável (p = <0,009) ou claudicação arterial (p < 0.001) na análise por doente. Conclusões: Não é possível concluir comparativamente com outros estudos quanto à prevalência de DAP, dada a escassez da determinação de IPTB em estudos de doentes com diabetes nos CSP portugueses. Outros estudos parecem sugerir tratar-se de uma prevalência inferior ou subdiagnóstico. A complementaridade de métodos poderá contribuir para maior deteção de casos na prática clínica.

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Publicado

01-07-2017

Como Citar

Doença arterial periférica em doentes com diabetes nos cuidados de saúde primários: estudo observacional. (2017). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 33(4), 290-6. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v33i4.12229