Referenciação oftalmológica em idade pediátrica: estudo retrospetivo de doze meses consecutivos de referenciação oftalmológica hospitalar

Autores

  • Inês Alves Casal Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António.
  • Sílvia Monteiro Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António.
  • Ana Figueiredo Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António.
  • Carolina Vale Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António.
  • Tânia Borges Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António.
  • Vasco Miranda Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto.
  • Ricardo Parreira Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto.
  • Pedro Menéres Centro Hospitalar do Porto, Hospital Geral de Santo António. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto.

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v34i2.12397

Palavras-chave:

Referenciação, Estrabismo, Ametropia, Ambliopia.

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar o estado da referenciação de crianças à especialidade hospitalar de oftalmologia, no Centro Hospitalar do Porto, analisando os motivos de referenciação, patologias diagnosticadas, eficácia dessa referenciação e o impacto visual nas crianças. Método: Estudo retrospetivo e descritivo dos processos clínicos das crianças com idade menor ou igual a 10 anos, referenciadas à consulta de oftalmologia pediátrica entre julho de 2011 e julho de 2012. Resultados: Um total de 649 crianças foi referenciado, tendo sido os motivos mais frequentes a suspeita de estrabismo em 41,9% dos casos, rastreio de patologia oftalmológica em 22,6% e suspeita de baixa acuidade visual (AV) em 15,2%. Das crianças referenciadas por suspeita de estrabismo confirmou-se o diagnóstico em 40,8% dos casos (média das idades 4,5±2,2 anos), sendo que 16,8% das crianças referenciadas por outros motivos apresentavam também estrabismo. No total, 62,3% foram classificados como endotropias e 32,3% como exotropias. Das crianças referenciadas por suspeita de baixa AV, confirmou-se o diagnóstico em 39% dos casos e a principal causa de diminuição da AV foram as ametropias (52% dos casos). Das crianças referenciadas por outros motivos, 13,3% apresentavam diminuição mensurável da AV e 20% tinham ametropias potencialmente ambliogénicas. Apenas 40% das crianças referenciadas por suspeita de baixa AV apresentavam registo de AV no pedido de referenciação. Foi diagnosticada ambliopia em 20,1% de todas as crianças observadas. Discussão: Os problemas que mais frequentemente motivaram a referenciação para oftalmologia pediátrica foram a suspeita de estrabismo e de diminuição da AV. No entanto, confirmou-se o diagnóstico em menos de metade das crianças referenciadas e uma percentagem significativa dos casos diagnosticados foi referenciado por outro motivo. A média das idades de diagnóstico de estrabismo foi tardia e a percentagem de ambliopia elevada. Este estudo reforça a importância da realização do exame oftalmológico de rastreio nos cuidados de saúde primários e o seu impacto na referenciação, diagnóstico e tratamento atempado destas patologias em idade pediátrica.

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Publicado

2018-04-01

Como Citar

Casal, I. A., Monteiro, S., Figueiredo, A., Vale, C., Borges, T., Miranda, V., Parreira, R., & Menéres, P. (2018). Referenciação oftalmológica em idade pediátrica: estudo retrospetivo de doze meses consecutivos de referenciação oftalmológica hospitalar. Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 34(2), 62–70. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v34i2.12397