Referenciação oftalmológica em idade pediátrica: estudo retrospetivo de doze meses consecutivos de referenciação oftalmológica hospitalar
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v34i2.12397Palavras-chave:
Referenciação, Estrabismo, Ametropia, Ambliopia.Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar o estado da referenciação de crianças à especialidade hospitalar de oftalmologia, no Centro Hospitalar do Porto, analisando os motivos de referenciação, patologias diagnosticadas, eficácia dessa referenciação e o impacto visual nas crianças. Método: Estudo retrospetivo e descritivo dos processos clínicos das crianças com idade menor ou igual a 10 anos, referenciadas à consulta de oftalmologia pediátrica entre julho de 2011 e julho de 2012. Resultados: Um total de 649 crianças foi referenciado, tendo sido os motivos mais frequentes a suspeita de estrabismo em 41,9% dos casos, rastreio de patologia oftalmológica em 22,6% e suspeita de baixa acuidade visual (AV) em 15,2%. Das crianças referenciadas por suspeita de estrabismo confirmou-se o diagnóstico em 40,8% dos casos (média das idades 4,5±2,2 anos), sendo que 16,8% das crianças referenciadas por outros motivos apresentavam também estrabismo. No total, 62,3% foram classificados como endotropias e 32,3% como exotropias. Das crianças referenciadas por suspeita de baixa AV, confirmou-se o diagnóstico em 39% dos casos e a principal causa de diminuição da AV foram as ametropias (52% dos casos). Das crianças referenciadas por outros motivos, 13,3% apresentavam diminuição mensurável da AV e 20% tinham ametropias potencialmente ambliogénicas. Apenas 40% das crianças referenciadas por suspeita de baixa AV apresentavam registo de AV no pedido de referenciação. Foi diagnosticada ambliopia em 20,1% de todas as crianças observadas. Discussão: Os problemas que mais frequentemente motivaram a referenciação para oftalmologia pediátrica foram a suspeita de estrabismo e de diminuição da AV. No entanto, confirmou-se o diagnóstico em menos de metade das crianças referenciadas e uma percentagem significativa dos casos diagnosticados foi referenciado por outro motivo. A média das idades de diagnóstico de estrabismo foi tardia e a percentagem de ambliopia elevada. Este estudo reforça a importância da realização do exame oftalmológico de rastreio nos cuidados de saúde primários e o seu impacto na referenciação, diagnóstico e tratamento atempado destas patologias em idade pediátrica.Downloads
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