Líquen plano: caso clínico sobre a perspetiva dos cuidados de saúde primários
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i2.12430Resumo
Introdução: O líquen plano (LP) é uma doença inflamatória crónica que pode envolver a pele e mucosas oral, esofágica, laríngea, genital e conjuntivas e cuja prevalência é estimada entre 0,22-5% da população mundial.
Descrição do caso: Homem de 32 anos, sem antecedentes pessoais relevantes, recorreu à consulta da Unidade de Saúde Familiar (USF) por lesões cutâneas pruriginosas que mantinha desde há 3 semanas, de início nos tornozelos e com disseminação posterior para os punhos, antebraços e tronco, bilateralmente. Negava contacto com fármacos, relações sexuais de risco e outros sintomas. Por iniciativa própria havia feito um curso de 3 dias de benzoato de benzilo e por ausência de resolução das queixas, recorreu ao serviço de urgência geral, tendo sido diagnosticado com eczema de contacto e medicado com mometasona creme, também sem resposta. À observação apresentava pápulas eritematovioláceas generalizadas, simétricas, com fenómeno de Koebner, sendo a maior incidência nos punhos e poupando o couro cabeludo, as palmas e as plantas. Nos tornozelos, apresentava ainda placas eritematosas e descamativas em zona de pele xerótica. Apresentava uma lesão na glande de cerca de 1 cm, com limite bem definido, ligeiramente descamativo, com centro de aspeto cicatricial. Foram colocadas como hipóteses diagnósticas: sífilis secundária, pitiríase rósea e LP. Pelas características clínicas, a pitiríase rósea foi prontamente excluída. Foram pedidas serologias para infeções sexualmente transmissíveis e medicado com hidroxizina e creme hidratante. As serologias foram negativas, obviando o diagnóstico de LP. O utente foi referenciado à Dermatologia para instituição de terapêutica sistémica.
Comentário: O presente caso clínico é um reflexo da importância de uma anamnese e exame
objetivos completos e de um alto índice de suspeição naquela que é uma patologia pouco
comum nos cuidados de saúde primários. Também realça a importância do médico de família
como gestor dos cuidados de saúde dos utentes.
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