Quando o "mal" afinal não é mau!
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i3.12565Resumo
Introdução: Entre as numerosas causas de linfadenopatia, a tuberculose e o linfoma são relativamente comuns e potencialmente curáveis. A tuberculose ganglionar é o local mais comum de tuberculose extrapulmonar, sendo os gânglios cervicais os mais afetados.
Descrição de Caso: Homem de 87 anos de idade, de raça caucasiana, pertencente a uma família alargada, de classe social média baixa, com dependência grave segundo a escala de Barthel. Dos antecedentes pessoais apresenta vários fatores de risco vascular, doença cerebrovascular, fibrilação auricular paroxística, insuficiência cardíaca, com fração de ejeção moderadamente reduzida. O doente foi observado no domicilio pelo seu Médico de Família por um “papo no pescoço” que tinha surgido há cerca de 4 dias, apresentava uma massa supraclavicular esquerda com dor local e anorexia. Negava febre, tosse, hipersudorese noturna e perda ponderal. A massa apresentava características suspeitas e sinais inflamatórios locais pelo que foi medicado com antibioterapia e foi requisitada uma ecografia das partes moles para melhor caracterizar a aparente adenopatia. A ecografia sugeriu eventual doença linfoproliferativa ou adenite bacilar. Sem resposta à antibioterapia instituída e com estudo analítico sem alterações relevantes e TAC do Tórax a revelar conglomerado adenopático com alguma necrose associada no cavado supraclavicular esquerdo foi encaminhado para o Serviço de Urgência tendo sido internado para estudo. A pesquisa de BAAR/DNA BK do exsudado foi positiva, pelo que foi assumido quadro compatível com linfadenite tuberculosa, tendo iniciado tuberculostáticos. Teve alta com indicação de encaminhamento para o Centro de Diagnóstico Pneumológico.
Comentário: Estabelecer um diagnóstico de tuberculose extrapulmonar é um desafio. A continuidade de cuidados pelo Médico de Família permite acompanhar a evolução clínica de forma a adotar a abordagem que o médico considere mais oportuna e, fundamentalmente, permite antecipar e preparar a família para uma eventual crise e fornecer o apoio para uma melhor estabilização psicossocial do agregado familiar.
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