Qualidade da referenciação dos cuidados de saúde primários para a consulta de cefaleias de um hospital terciário
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i1.12658Palavras-chave:
Cefaleias, Cuidados de Saúde Primários, Referenciação e Consulta.Resumo
Introdução: As cefaleias são uma causa comum de procura dos cuidados de saúde primários, tendo reconhecido impacto na qualidade de vida.
Objetivo: Caraterizar a referenciação dos cuidados de saúde primários à consulta de cefaleias do serviço de neurologia de um hospital terciário, no norte de Portugal, e inferir acerca da qualidade da sua informação.
Métodos: Estudo observacional, descritivo e transversal. A amostra compôs-se de doentes referenciados pelo médico de família para esta consulta, de outubro de 2014 a junho de 2018. Foram consultados os registos informáticos da referenciação. Categorizaram-se qualitativamente as referenciações, tendo em conta o número de variáveis descritas de um total de dez em estudo.
Resultados: A amostra compreendeu 144 doentes, com média de idades de 39 anos e predomínio de mulheres. Cerca de metade das referenciações não classificou a cefaleia. Das restantes, a maioria eram cefaleias primárias: enxaqueca não especificada (29,2%), enxaqueca com aura (7,6%) e cefaleia tipo tensão (5,6%). Os motivos de referenciação mais frequentes foram a persistência das queixas e a refratariedade ao tratamento (19,4%). Apesar disso, a maioria não mencionou o tratamento sintomático (58,3%) e preventivo (80,6%) realizado. O exame neurológico foi descrito em 23,6%. A realização de exame de imagem foi relatada em 47,2%. A qualidade das referenciações foi má em 18,8%, insuficiente em 41,6%, razoável em 32,0%, boa em 6,9% e excelente em 0,7%.
Conclusão: Este estudo encontrou lacunas importantes ao nível das referenciações, que podem ser otimizadas através de estratégias que aproximem os diferentes níveis de cuidados, para melhorar a qualidade dos serviços.
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