Luto em cuidadores: realidade de dois Agrupamentos de Centros de Saúde do Norte

Autores

  • Soraia Santos - Assistente de Medicina Geral e Familiar no Agrupamento de Centros de Saúde Grande Porto VIII - Espinho/Gaia, Vila Nova de Gaia, Portugal - Mestre em Cuidados Paliativos pela Escola Superior Dr. Lopes Dias – Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, Portugal - Membro do Grupo de Estudos de Cuidados Paliativos da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar 
  • Carla Lopes da Mota - Coordenadora da Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos do Agrupamento de Centros de Saúde Grande Porto VII - Gaia, Vila Nova de Gaia, Portugal - Assistente de Medicina Geral e Familiar - Mestre em Cuidados Paliativos pela Escola Superior Dr. Lopes Dias – Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, Portugal - Membro da Comissão Coordenadora do Grupo de Estudos de Cuidados Paliativos da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar  
  • Isabel Chaves e Castro - Médica na Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos do Agrupamento de Centros de Saúde Grande Porto VII - Gaia, Vila Nova de Gaia, Portugal - Assistente Graduada Sénior de Medicina Geral e Familiar - Competência em Gestão dos Serviços de Saúde pela Ordem dos Médicos - Pós-graduada em Programa de Alta Direção de Instituições de Saúde Gestão de Unidades de Saúde - Mestre em Cuidados Paliativos pela Escola Superior Dr. Lopes Dias – Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, Portugal
  • Paula Sapeta - Coordenadora do Mestrado em Cuidados Paliativos da Escola Superior Dr. Lopes Dias – Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, Portugal - Professora na Escola Superior Dr. Lopes Dias – Instituto Politécnico de Castelo Branco, Castelo Branco, Portugal - Doutorada em Enfermagem - Pós-graduada em Cuidados Paliativos - Mestre em Sociologia

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i6.12792

Palavras-chave:

Cuidados de saúde primários, Luto, Cuidadores, Médicos de família

Resumo

Objetivo: Caracterizar os cuidadores nos doze meses após a morte do doente (dados sociodemográficos, acompanhamento clínico, problemas de saúde e terapêutica farmacológica).

Métodos: Realizou-se um estudo observacional, retrospetivo e analítico, ao nível dos cuidados de saúde primários. A população era constituída por cuidadores de doentes falecidos no ano de 2017, identificados pelo médico de família dos últimos. Após envio de convite à participação de todas as Unidades Funcionais foram obtidos os dados que permitiram caracterizar os cuidadores e o acompanhamento clínico no primeiro ano de luto, através dos médicos de família que aceitaram participar. Para a análise descritiva foram utilizadas frequências absolutas e relativas, mediana, mínimo e máximo.

Resultados: Dos 308 cuidadores destaca-se a representatividade dos idosos (mediana de idade – 66,5 anos) e das mulheres (79,2%), bem como o acompanhamento exclusivo pelo médico de família em 93,2% das situações. A prescrição de novo e/ou alteração de dosagem de psicotrópicos ocorreu em 35,1% dos cuidadores, contrastando com a baixa taxa de acompanhamento em psicologia (3,5%) e/ou psiquiatria (4,2%) e ausência de avaliação de risco no luto e fornecimento de ferramentas de apoio.

Conclusão: As características dos cuidadores foram concordantes com as descritas na literatura. A medicalização do luto pode refletir escassez de formação, tempo de consulta e de recursos de psicologia e psiquiatria. Comprova-se o papel essencial do médico de família no apoio ao luto; a implementação de medidas institucionais e organizacionais pode melhorar a prestação de cuidados no luto.

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Publicado

23-12-2020

Como Citar

Luto em cuidadores: realidade de dois Agrupamentos de Centros de Saúde do Norte. (2020). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 36(6), 480-91. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i6.12792