Medicação potencialmente inapropriada em idosos acompanhados em cuidados domiciliários nos últimos 12 meses de vida
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i4.13037Palavras-chave:
Cuidados paliativos, Efeitos colaterais e reações adversas relacionados com medicamentos, Idoso, Lista de medicamentos potencialmente inapropriados, PolifarmáciaResumo
Introdução: A medicação potencialmente inapropriada (MPI) é cada vez mais alvo de estudo e atenção, pelas consequências negativas que pode ter num doente vulnerável.
Objetivo: Determinar a prevalência da MPI e das interações medicamentosas em idosos acompanhados por equipas domiciliárias nos últimos doze meses de vida.
Material e Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, retrospetivo e observacional. Identificação da MPI, usando os critérios STOPPFrail, nos idosos com ≥ 65 anos acompanhados pelas equipas comunitárias de suporte em cuidados paliativos nos Açores, que faleceram entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018.
Resultados: Foram incluídos 137 doentes, sendo 72 homens (52,55%), com uma mediana de 78 anos (amplitude interquartil 73-84). A prevalência de MPI foi de 90,51% (n=124), existindo sobretudo prescrição de medicação sem evidência clínica clara (51,09%, n=70) e de inibidores da bomba de protões (45,99%, n=63). Foram contabilizadas 1.107 interações medicamentosas em 120 doentes (87,59%). A MPI esteve envolvida nas interações de 98 doentes (71,53%) e em 473 das interações medicamentosas clinicamente significativas (46,78%).
Conclusão: A prevalência de MPI é elevada em idosos nos últimos doze meses de vida. O uso dos critérios STOPPFrail pode ajudar a identificar a MPI e a delinear um plano para a sua redução, de preferência num contexto de trabalho interdisciplinar.
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