Abcesso das glândulas de Skene: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i2.13191Palavras-chave:
Períneo, Abcesso, VulvaResumo
Introdução: Os abcessos das glândulas de Skene são raros e subdiagnosticados. O seu diagnóstico baseia-se na anamnese e no exame objetivo.
Descrição do caso: O presente caso clínico relata o seguimento de uma mulher de 26 anos que recorreu ao centro de saúde por surgimento de uma massa perineal de novo, sensação de esforço para iniciar a micção e repleção vesical. À observação apresentava uma massa procidente periuretral com 2cm de diâmetro, localizada na parede vaginal anterior, com envolvimento do meato urinário, aflorando aos grandes lábios. Foi colocada a hipótese de prolapso uro‑vaginal e pedido estudo ecográfico. Aproximadamente um mês mais tarde, a utente regressa à consulta por dor perineal intensa desencadeada pela introdução da sonda ecográfica endovaginal. Ao exame físico apresentava a mesma massa periuretral – agora com sinais inflamatórios locais francos e saída de exsudado purulento abundante pela uretra. O exame ecográfico efetuado não descrevia quaisquer alterações relevantes. Assumiu-se, como hipótese mais provável, a formação de um abcesso das glândulas de Skene. A utente foi então medicada com azitromicina e cefuroxima, com resolução do quadro.
Comentário: Os abcessos das glândulas de Skene apresentam-se como massas periuretrais, associadas a exsudado purulento, dor uretral e/ou alterações urinárias. A evolução temporal do quadro clínico pode ser crucial para o estabelecimento do diagnóstico. Uma vez estabelecido o diagnóstico preconiza-se a antibioticoterapia empírica, tendo em conta os agentes mais frequentemente implicados (Escherichia coli, Neisseria gonorrhoeae e agentes da flora vaginal). Deste modo, perante uma massa periuretral dolorosa em utentes do sexo feminino, a lista de diagnósticos diferenciais deverá incluir a hipótese de abcesso das glândulas de Skene, de forma a não perder a oportunidade de tratamento precoce.
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Referências
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