Sequestro pulmonar: um diagnóstico improvável
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i6.13409Palavras-chave:
Sequestro pulmonar, Tosse, Radiografia, Relato de casoResumo
Introdução: O sequestro pulmonar é uma anomalia congénita rara. Pode ser definido como uma massa de tecido pulmonar composto por tecido embrionário cístico e alvéolos não arejados e desorganizados, sendo classificado como sequestro intralobar (SIL) ou sequestro extralobar (SEL). O SIL tem maior incidência, com igual distribuição relativamente ao sexo. Costuma apresentar manifestações clínicas mais tardias, geralmente por infeções respiratórias recorrentes, hemoptises e dispneia. O SEL tem menor prevalência, afeta maioritariamente o sexo masculino, sendo o seu diagnóstico mais precoce. O tratamento de eleição é a resseção cirúrgica do tecido pulmonar sequestrado, com bom prognóstico.
Descrição do Caso: Mulher de 39 anos, raça caucasiana, que trabalhava em artes plásticas. Com antecedentes pessoais de rosácea e tuberculose pulmonar, sem medicação habitual ou alergias. Referia hábitos tabágicos e alcoólicos socialmente. Iniciou quadro de tosse seca e febre vespertina, com cerca de quinze dias de evolução, o que a fez recorrer à médica de família (MF), em 30/11/2020, D15, tendo sido pedida uma radiografia do tórax de incidência póstero-anterior e análises. Dirigiu-se ao serviço de urgência (SU), D43, por manutenção dos sintomas, onde foi medicada com azitromicina 500mg id, 3 dias, desloratadina 5mg id, 20 dias, e prednisolona 5mg, bid, 4 dias. Por ausência de melhoria, e após ter recorrido novamente ao SU, recorreu à sua MF onde continuou o estudo e foi referenciada para consulta de pneumologia, tendo sido diagnosticado sequestro pulmonar. Foi encaminhada para cirurgia torácica, tendo efetuado lobectomia. Atualmente, em seguimento pós-cirúrgico, com remissão da sintomatologia e bom prognóstico.
Comentário: A investigação etiológica da sintomatologia desta doente colmatou com um diagnóstico improvável de sequestro pulmonar. Este caso realça a relevância do papel dos métodos de imagem neste tipo de patologias e a importância de uma boa articulação entre os cuidados de saúde primários e secundários, através de uma célere referenciação.
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Referências
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