Integração e continuidade de cuidados de saúde à pessoa com esquizofrenia e sua família
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i5.13416Palavras-chave:
Esquizofrenia, Cuidados centrados na pessoa, Cuidados de saúde integrados, Continuidade de cuidadosResumo
A carga global da esquizofrenia implica desafios para doentes, famílias e sociedade; a atual compartimentalização dos serviços de saúde e o estigma associado à doença contribuem para respostas insuficientes. O presente artigo sublinha a importância dos cuidados centrados na pessoa. Procura, através da reflexão e debate, sensibilizar os médicos de família para a problemática associada ao diagnóstico de esquizofrenia, contribuir para a melhoria dos cuidados prestados ao doente e sua família, através da proposta de formas de atuação clínica que permitam uma maior e mais eficaz integração e continuidade entre os cuidados de saúde primários e hospitalares. Primeiro, realçando o papel dos cuidados de saúde primários, pela posição privilegiada que detêm e que permite: a deteção precoce de casos; o acompanhamento integrado da saúde dos doentes; a supervisão da adesão terapêutica; a promoção de estilos de vida saudáveis; a compreensão da pessoa no contexto sociocultural, pela proximidade com a família e restante comunidade. Segundo, assinalando alguns dos elementos essenciais para uma melhor a articulação entre os CSP e os serviços de psiquiatria e saúde mental a quem compete: a aferição diagnóstica; a elaboração de um plano terapêutico individualizado que inclua intervenção na crise; o reconhecimento do doente e família como elementos essenciais da “equipa”; a mudança para um paradigma de valorização de intervenções não-farmacológicas (a par da necessária prescrição farmacológica). Em conclusão, o ‘otimismo realista’ face à doença e saúde global nas psicoses é possível e necessário, mas exige mais e melhor integração e continuidade dos cuidados.
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