Angiossarcoma cutâneo na face: um relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i2.13565Palavras-chave:
Angiossarcoma cutâneo, Caso clínico, Diagnóstico precoce., Biópsia cutânea, QuimioterapiaResumo
Introdução: O angiossarcoma é uma neoplasia vascular rara, porém, de elevada agressividade com altas taxas de recidiva local e metastização precoce. Clinicamente pode confundir-se com simples hematomas ou com doenças infeciosas e inflamatórias, dificultando o diagnóstico precoce. A biópsia cutânea assume um papel fundamental.
Descrição do caso: Descreve-se o caso de um homem de 70 anos, leucodérmico, com aparecimento de mancha na face com dois meses de evolução, inicialmente na região pré-auricular e progressão para a zona periocular; sem traumatismo associado. O utente foi encaminhado para consulta de dermatologia, tendo realizado biópsia cutânea. Esta revelou angiossarcoma epitelioide avançado da face. Iniciou seguimento em consulta de oncologia médica, tendo realizado ciclo de tratamentos de quimioterapia com doxorrubicina lipossomal peguilada. Teve evolução favorável da lesão, com ausência de metastização até ao momento atual.
Comentário: O reconhecimento precoce deste tipo de neoplasia torna-se essencial, devendo o médico de família apresentar uma postura diligente em relação ao aparecimento de manchas cutâneas na face, úlceras ou feridas cutâneas que não cicatrizam ao fim de quatro a seis semanas. Só o diagnóstico precoce permitirá o impacto positivo no prognóstico.
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