CoDifiCaR – Codificação da doença renal crónica: qual a sua relevância? Estudo multicêntrico em seis Unidades de Saúde Familiar de Vila Nova de Gaia

Autores

  • Anita Marques Assistente de Medicina Geral e Familiar. USF Canaviais, ULS de Gaia e Espinho. Vila Nova de Gaia, Portugal.
  • Ana Rita Pedrosa Assistente de Medicina Geral e Familiar. USF Canaviais, ULS de Gaia e Espinho. Vila Nova de Gaia, Portugal.
  • Ana Rita Monteiro Assistente de Medicina Geral e Familiar. USF Coração do Douro, ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro. São João da Pesqueira, Portugal.
  • Mariana Teixeira Horta Assistente de Medicina Geral e Familiar. USF Nova Salus, ULS de Gaia e Espinho. Vila Nova de Gaia, Portugal.
  • Ana Isabel Teixeira Médica Interna de Medicina Geral e Familiar. USF Gaya, ULS de Gaia e Espinho. Vila Nova de Gaia, Portugal.
  • Marta Perro Neves Médica Interna de Medicina Geral e Familiar. USF Arco do Prado, ULS de Gaia e Espinho. Vila Nova de Gaia, Portugal.
  • Inês Rodrigues Assistente de Medicina Geral e Familiar. UCSP Norte (Mozelos), ULS de Entre Douro e Vouga. Santa Maria da Feira, Portugal.
  • Pedro Sonié Assistente de Medicina Geral e Familiar. USF Saúde no Futuro, ULS de Gaia e Espinho. Vila Nova de Gaia, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v41i2.13871

Palavras-chave:

Doença renal crónica, Codificação, ICPC-2, Taxa de filtração glomerular, Cuidados de saúde primários

Resumo

Introdução: A doença renal crónica (DRC) representa um grave problema de saúde pública. Alguns dos principais fatores de risco para o seu desenvolvimento são comuns às principais causas de morbilidade nos cuidados de saúde primários, sendo importante identificar estes doentes e registar o problema no processo clínico informatizado.

Objetivos: Pretende-se estimar a prevalência da DRC nas Unidades de Saúde Familiar (USF) estudadas e identificar os fatores que influenciam a codificação da DRC pelo médico.

Métodos: Foram incluídos utentes inscritos nas seis USF participantes no estudo que tivessem registo de um valor de creatinina nos últimos cinco anos. Foi aplicado um questionário aos médicos dessas USF (n=55) para avaliar as possíveis barreiras associadas à codificação da DRC.

Resultados: Foram incluídos 30.760 utentes no estudo. Destes, 4.800 apresentavam TFG <60ml/min (15,6%) e 1.863 apresentavam a codificação U99 (6,1%). Apenas 2,8% apresentavam simultaneamente TFG <60ml/min e codificação U99 (n=862). A prevalência de DRC encontrada foi de 6,4%. O questionário teve uma proporção de resposta de 69,1%. A maioria dos médicos que preencheram afirmou conhecer o código U99 (n=33, 86,9%) e referiu utilizá-lo (n=31, 81,6%). Os principais motivos que influenciam a não-codificação foram o esquecimento (n=21, 55,3%), a falta de tempo na consulta (n=19, 50%) e a inexistência de um código da Classificação Internacional de Cuidados Primários, 2ª edição (ICPC-2) específico para DRC (n=16, 42,1%).

Conclusões: Atendendo à prevalência da DRC e às suas implicações é importante que seja registada na lista de problemas. Um código mais específico para a DRC permitiria uma melhor identificação e acompanhamento destes utentes.

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Publicado

15-05-2025

Como Citar

CoDifiCaR – Codificação da doença renal crónica: qual a sua relevância? Estudo multicêntrico em seis Unidades de Saúde Familiar de Vila Nova de Gaia. (2025). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 41(2), 129-34. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v41i2.13871

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