Carta ao editor - "Os instrumentos de avaliação familiar como aliados da adesão terapêutica: um relato de caso"
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i6.14176Palavras-chave:
Medicina geral e familiar, Avaliação, FamíliaResumo
Li com atenção e gosto o artigo da autoria de A. L. Pereira e de P. Costa com o título “Os instrumentos de avaliação familiar como aliados da adesão terapêutica: um relato de caso”. A prática da Medicina Geral e Familiar (MGF), que deve ser sistémica para a pessoa e não apenas biomédica e dirigida à doença, carece do uso de instrumentos que permitam o aclaramento dos parcos resultados obtidos pelo modelo biomédico. São reportados neste trabalho alguns instrumentos que permitiram à equipa de MGF conhecer melhor a pessoa, fazê-la expor-se a si mesma e incrementar a qualidade da relação médico-doente. Está aqui em jogo, além dos instrumentos, a prática da Medicina Centrada na Pessoa assim como a capacitação. Estas práticas levam também à melhoria da qualidade de vida e redução do stress médico. Estando o caso agora em controlo, sendo este provavelmente semelhante a muitos outros, coloco várias perguntas: Porque é que estes métodos específicos de uma especialidade não são mais usados? Porque não aparecem mais relatos destes na RPMGF? Será que ler este texto fará com que os nossos internos e os nossos especialistas utilizem mais destes métodos a prazo? Será que muitos leem a RPMGF, enquanto revista da especialidade de MGF em Portugal, conferindo-lhe o respetivo destaque em termos científicos? Cumprimento os autores, bem como a RPMGF, por apresentar trabalhos que têm a ver com a prática específica da MGF e espero que, num futuro muito breve, a citação de artigos publicados na RPMGF faça parte das referências bibliográficas deste tipo de artigos.
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Referências
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