Innovación tecnológica en medicina: Una visión crítica
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v22i6.10304Palavras-chave:
Inovação Sanitária, Avaliação Tecnológica, Cuidados Primários de SaúdeResumo
Considera-se como inovação tecnológica qualquer alteração que pretenda melhorar a prática clínica. Muita inovação tecnológica pretende apenas melhorar a prestação de cuidados, sem ter provado a capacidade de o conseguir. Por exemplo, nos anos 70 do século XX, insistia-se com as mães dos recém-nascidos e lactentes para estes dormirem de barriga para baixo, de forma a diminuir a incidência de morte súbita. Na prática, esta medida provocou o efeito contrário; na Holanda, o número de mortes súbitas passou de 5 para 120 por 100.000 habitantes. Este efeito só foi revertido por uma forte campanha a favor de «dormir de barriga para cima». Muita inovação tecnológica tem como objectivo melhorar a qualidade da prática clínica. Com isso, costumam aumentar os custos, pois cada vezes se faz mais para resolver os mesmos problemas, com pouco benefício real. E, às vezes, a uma maior qualidade não corresponde um melhor resultado em saúde. Maior quantidade de qualidade não implica um melhor resultado sanitário. O que é necessário é uma «máxima qualidade com mínima quantidade, tão próximo do doente quanto possível». Por exemplo, na vacinação antitetânica talvez a pauta mais eficaz seja a Britância: vacinação até aos 14 anos e um só reforço no resto da vida, por volta dos 50-60 anos. Outro exemplo: na febre, o melhor, muitas vezes, é não fazer nada, apesar da conduta habitual de médicos e doentes, pois não estão demonstrados benefícios do tratamento antipirético. Um último exemplo: não está demonstrada uma vantagem clara na organização do trabalho em equipa em cuidados primários versus o trabalho a solo. Perante a inovação tecnológica, convém duvidar sistematicamente e procurar demonstrar o seu impacto na saúde dos doentes.Downloads
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