Redução do risco cardiovascular global através da continuidade de cuidados assistenciais prestados a uma população hipertensa pelo médico de família
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v25i2.10603Palavras-chave:
Risco Cardiovascular Global, Continuidade de Cuidados, Médico de FamíliaResumo
Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade em Portugal, representando 34% das mortes ocorridas em 2005. A Direcção-Geral da Saúde recomenda a utilização da tabela derivada do projecto SCORE para o cálculo do risco cardiovascular global (RCVG), permitindo identificar os doentes com risco elevado que mais beneficiam com o controlo efectivo dos factores de risco cardiovascular (FRCV). O Médico de Família encontra-se em posição privilegiada para actuar nos FRCV modificáveis da população hipertensa e reduzir o seu RCVG. Existe evidência diversa a demonstrar que a continuidade de cuidados resulta na melhoria dos resultados em diversas condições crónicas, como a hipertensão arterial, diabetes mellitus e asma. Objectivos: Verificar se a continuidade de cuidados assistenciais prestados pelo Médico de Família aos hipertensos condicionaram: (1) redução do RCVG; (2) melhoria dos FRCV major; (3) maior redução da TA e do perfil lipídico nos hipertensos com RCVG inicial alto. Metodologia: Estudo longitudinal retrospectivo quasi-experimental. População-alvo: hipertensos diagnosticados até 2004 e frequentadores da consulta de hipertensão entre 2004 e 2007 (n=197).Variáveis estudadas:TA, perfil lipídico, tabagismo e RCVG. Resultados:Comparando as médias dos valores de RCVG obtidos com aplicação da tabela SCORE, obteve-se uma redução significativa de 19,2% em 3 anos. Quanto aos FRCV, verificou-se significativamente: uma redução média de 9,3% a nível da tensão arterial sistólica (TAS) e um aumento de 3,2% na tensão arterial diastólica; uma redução média de 6,5% e 13,8% a nível do colesterol total (CT) e do colesterol-LDL (C-LDL); um aumento do colesterol-HDL e dos triglicerídeos de 5,4% e 8,4%, respectivamente; e uma redução de 50% no consumo tabágico. Os hipertensos inicialmente de alto risco obtiveram o triplo da redução ocorrida a nível da TAS e do CT e o dobro a nível do C-LDL em relação aos de baixo risco. Discussão: Observou-se uma redução significativa do RCVG e uma melhoria dos FRCV major. Houve uma actuação adaptada aos níveis iniciais de risco, resultando em maior benefício para aqueles com alto risco inicial.Downloads
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