Síndroma de roubo da subclávia: um caso clínico de aparente hipotensão

Autores

  • Diana Patrícia Pereira Coelho USF Vale do Vouga - ACeS Aveiro Norte http://orcid.org/0000-0003-2383-4481
  • Inês José Maia da Silva USF Vale do Vouga - ACeS Aveiro Norte
  • Hiroshi Okai USF Vale do Vouga - ACeS Aveiro Norte

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i4.13014

Palavras-chave:

Hipotensão, Determinação da pressão arterial, Síndroma de roubo da subclávia, Aterosclerose

Resumo

Introdução: A estenose da artéria subclávia proximal, condicionando a síndroma de roubo da subclávia, é frequentemente secundária a doença arterial aterosclerótica. Pode ser totalmente assintomática ou cursar com sintomas de isquemia do membro superior ipsilateral ou sintomas de isquemia transitória da circulação cerebral posterior. Apesar de o diagnóstico definitivo ser imagiológico, as alterações ao exame objetivo são fortemente sugestivas, nomeadamente um diferencial de pressão arterial entre os dois membros superiores.

Descrição do caso: Mulher de 69 anos, com HTA, DM tipo 2, dislipidemia e obesidade, recorreu à consulta por tonturas, cefaleias e descida dos valores tensionais, com dois meses de evolução, tendo decidido suspender a medicação anti-hipertensora. Referia episódio prévio de cefaleia, disartria súbita e sensação de “língua presa”, que motivou ida ao serviço de urgência. Neste, quando observada, já não apresentava qualquer alteração objetiva. No exame físico, na consulta do MF, destacava-se uma PA 108/75mmHg, avaliada no membro superior esquerdo. Devido aos vários fatores de risco ateroscleróticos e ao episódio prévio sugestivo de AIT foram pedidos exames complementares de diagnóstico, incluindo ecodoppler dos vasos cervicais, que demonstrou um fluxo retrógrado da artéria vertebral esquerda, sugestivo de estenose da artéria subclávia esquerda proximal. Na sequência, um EO minucioso revelou um diferencial de PA, entre os dois membros superiores (108/79mmHg à esquerda e 170/81 à direita). Foi recomendado retomar a medicação anti-hipertensora, reforçado o controlo dos múltiplos fatores de risco ateroscleróticos e referenciada a cirurgia vascular.

Comentário: Neste caso, os valores tensionais eram aparentemente diminuídos; contudo, após a avaliação da pressão arterial em ambos os membros superiores, constatou-se que a utente mantinha uma HTA grau 2 não controlada. Os autores pretendem alertar para a importância de, no meio das muitas tarefas do dia-a-dia, ser mantida uma boa prática semiológica na determinação da pressão arterial, em ambos os braços. 

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Biografia do Autor

  • Diana Patrícia Pereira Coelho, USF Vale do Vouga - ACeS Aveiro Norte
    Sou médica, com nome clínico Diana P. Coelho, inscrita na Ordem dos Médicos com o número de ordem 66504. Conclui o Mestrado Integrado em Medicina pela Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar, da Universidade do Porto, em 2018. Em 2019, realizei o internato de formação geral no Centro Hospitalar Entre o Douro e Vouga e na USF Saúde Mais - pólo de Paços de Brandão. Atualmente, frequento o 1º ano de internato de formação específica em Medicina Geral e Familiar na USF Vale do Vouga, em S. João de Madeira, integrada no ACeS Aveiro Norte, sob a orientação do Dr. Hiroshi Okai, médico de família e orientador de formação.

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Publicado

14-09-2021

Como Citar

Síndroma de roubo da subclávia: um caso clínico de aparente hipotensão. (2021). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 37(4), 352-6. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i4.13014