Um estado de nervos...
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v25i3.10629Palavras-chave:
Perturbação Conversiva, Medicina Geral e FamiliarResumo
Introdução: Na prática clínica, o Médico de Família lida, frequentemente, com doentes com sintomas físicos para os quais não há uma causa orgânica ou mecanismos fisiológicos conhecidos explicativos. Estes doentes constituem um desafio, pela sobreutilização de consultas e cuidados de saúde, pela necessidade frequente de investigação clínica e pela difícil aceitação da inexistência de doença orgânica, levando à resistência ao tratamento e perpetuação de sintomas. Com a apresentação deste caso, pretende-se rever e ilustrar o papel do Médico de Família na abordagem do doente com perturbação conversiva, nomeadamente no diagnóstico, enquadramento biopsicossocial, relação médico-doente, objectivos terapêuticos, medidas farmacológicas, articulação com outras especialidades e follow-up. Descrição do Caso: Mulher de 35 anos, funcionária de uma empresa de auto-serviço grossista, casada, com uma filha, na fase IV de Duvall,Graffar III.Antecedentes patológicos de perturbação depressiva/ansiosa. Inicia um quadro de paraparesia e hipostesia bilateral dos membros inferiores, de instalação súbita, recorrendo ao serviço de urgência, tendo sido internada.Após avaliação clínica e estudo neurológico, tem alta, sem melhoria sintomática, com o diagnóstico de perturbação somatoforme de mecanismo conversivo, no contexto de stress laboral. Desde então, a doente manteve contacto frequente com o Médico de Família, numa aliança médico-doente efectiva e em coordenação com as especialidades de Psiquiatria, Medicina Física e Reabilitação e Neurologia. Comentário: Pela sua frequência, é necessária ao Médico de Família a aquisição de competências que lhe permitam a correcta identificação e abordagem dos doentes somatizadores. Torna-se basilar uma abordagem centrada no doente, com integração dos aspectos psicossociais e biomédicos.A principal modalidade terapêutica é a relação médico-doente, baseada na legitimização dos sintomas, num ambiente de confiança, empatia, suporte e acompanhamento contínuo, em articulação com os diferentes níveis de cuidados do sistema de saúde.Downloads
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