Estudo de seguimento de utentes após realização de um eletrocardiograma em Medicina Geral e Familiar

Autores

  • Paulo Santos USF de S. João do Porto, Departamento de Clínica Geral/FMUP
  • Alberto Hespanhol USF de S. João do Porto, Departamento de Clínica Geral/FMUP
  • Luciana Couto Unidade de Saúde Familiar das Camélias, Departamento de Clínica Geral/FMUP

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v28i4.10954

Palavras-chave:

Eletrocardiografia, Medicina Geral e Familiar, Gestão da Doença, Anamnese

Resumo

Introdução: O eletrocardiograma (ECG) é um exame do quotidiano em Medicina Geral e Familiar (MGF), usado no estudo e seguimento de doenças relacionadas com o coração. Objetivo: Caracterizar a alteração clínica a médio prazo no seguimento dos utentes a quem foi realizado um ECG na consulta de MGF. Métodos: Estudo observacional longitudinal prospetivo dos ECG requisitados e realizados no Centro de Saúde de S. João, Porto, desde 01/03/2007 até 28/02/2009. Na requisição foi preenchido um protocolo que incluía o motivo para o pedido, a sintomatologia dos doentes, os seus antecedentes clínicos, e registado o resultado da leitura. Seis meses após, os processos clínicos foram avaliados para verificar a alteração à orientação clínica previamente definida para o utente. Usou-se um modelo de regressão logística multinominal para descrever a associação entre a alteração ao seguimento dos doentes e o motivo para a requisição dos exames e o seu resultado, classificado segundo o Novacode. Resultados: Foram avaliados 870 ECG de 817 utentes, 56,4% do sexo feminino, com uma mediana de idades de 57 anos. O principal motivo para a requisição dos ECG foi a presença de sintomatologia na consulta (48,5%). 54,5% foram normais e 9,7% apresentaram alterações major. Em 67,9% (IC95%:64,8-70,0%) mantiveram-se os cuidados previamente instituídos. A taxa de referenciação aos cuidados hospitalares foi de 5,7% (IC95%:4,8-7,5%). Na análise multivariada, a decisão na orientação dos utentes foi significativamente influenciada pelos resultados dos ECG, nos utentes em que o ECG é requisitado para seguimento de doença previamente diagnosticada mas não nos que apresentam sintomas na consulta. Conclusão: A maioria dos utentes que realizam um ECG na consulta de MGF mantém inalterados os cuidados instituídos previamente à requisição do exame, verificando-se uma maior utilidade nos casos de seguimento de fatores de risco cardiovasculares e de doença cardíaca prévia perante a existência de alterações eletrocardiográficas.

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Publicado

01-07-2012

Como Citar

Estudo de seguimento de utentes após realização de um eletrocardiograma em Medicina Geral e Familiar. (2012). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 28(4), 262-70. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v28i4.10954

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