Sopro cardíaco pediátrico: estudo de série de casos
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v29i6.11201Palavras-chave:
Sopro Cardiaco, PediatriaResumo
Introdução: Em cerca de metade da população pediátrica é detectado um sopro cardíaco (SC) em algum momento da sua vida. Os SC constituem uma causa frequente de referenciação a Consulta de Pediatria e/ou Cardiologia Pediátrica, pelo que se torna importante o conhecimento dos sinais de alarme evocadores de cardiopatia na avaliação de uma criança com SC. Objectivo: Estudo da população referenciada a Consulta de Cardiologia Pediátrica entre Janeiro e Março de 2012 com o diagnóstico de SC. Material e Métodos: Estudo de uma série de casos de crianças referenciadas por SC. Foram analisados dados, avaliando variáveis demográficas, anamnésicos, sinais clínicos e resultado dos exames complementares, nomeadamente ecocardiografia transtorácica e electrocardiograma. Resultados: No período em análise, realizaram-se um total de 743 primeiras consultas de Cardiologia Pediátrica, das quais em 197 (26,5%) o motivo de referenciação foi SC. Das crianças avaliadas, 51,3% pertenciam ao sexo masculino e a maioria (cerca de 70%) tinha idade inferior a 2 anos. Na quase totalidade das crianças o SC apresentava características de sopro inocente e o restante exame objectivo não apresentava alterações de relevo. Em cerca de 1/3 dos casos foi detectada alteração na avaliação ecocardiográfica. Do cruzamento entre as diferentes variáveis em análise destaca-se uma relação estatisticamente significativa entre auscultação de sopro não inocente, alterações ao exame objectivo e ecocardiografia patológica. Verificou-se também uma associação positiva e com significância estatística entre o grupo etário inferior a 1 ano e os achados ecocardiográficos. Discussão: O SC em idade pediátrica é um motivo frequente de referenciação a Consulta da especialidade. Na sua maioria, o SC em pediatria é uma condição benigna e as características clínicas parecem suficientes para diferenciação de uma condição potencialmente patológica. Tal como descrito em estudos anteriores, alterações ao exame físico e idade inferior a 2 anos são sinais de alarme que requerem avaliação mais detalhada.Downloads
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