Caraterização da consulta aberta de uma Unidade de Saúde Familiar: quem, quando e porquê?

Autores

  • Hugo Rocha Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Raquel Braga Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Luís Filipe Cavadas Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Ana Miranda Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Ângela Neves Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Carla Silva Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Sofia Faria Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Sílvia Colmonero Martins Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Cátia Cordeiro Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Cristiana Teixeira Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Sofia Fernandes Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Rita Oliveira Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Maria Inês Oliveira Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa
  • Catarina Henriques Silva Unidade Local e Saúde de Matosinhos, USF Lagoa

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i2.12318

Resumo

Introdução: O aumento progressivo da lista de utentes dos médicos de família (MF) poderá acarretar um aumento da procura em consulta aberta (CA). Poucos estudos foram efetuados neste âmbito. A perceção de um grande volume de solicitações de CA da Unidade de Saúde Familiar (USF) e de motivos de consulta desajustados, suscitou a realização deste estudo.

Objetivos: - Caracterizar a CA de uma USF em modelo B, relativamente a características sociodemográficas dos utentes, motivos de consulta e padrão temporal de afluência; - Relacionar o recurso à CA da USF com a acessibilidade à CA do próprio MF e suas unidades ponderadas.

Métodos: Estudo observacional, transversal e analítico. População:CA da USF Lagoa. Amostra por conveniência das CA realizadas durante uma semana aleatória por mês, entre 01-06-2015 e 31-05-2016. Aplicou-se questionário elaborado pelos autores. Tratamento dos dados: estatística descritiva, teste qui-quadrado e correlação de Spearman.

Resultados: recolheram-se dados de 1171 CA (taxa de participação - 63%). A maioria era dos utentes era do sexo feminino (62%), com 40-44 anos (9,5%; p<0,001) e isenta de taxa moderadora (57,9%; p<0,001). Maior afluência em Julho e Agosto de 2015, e Março de 2016 (p<0,001), à segunda-feira (23%), e às 9, 11, 14 e 15 horas (p<0.001). Verificou-se associação estatisticamente significativa entre a ausência do MF e a utilização da CA da USF (p<0.001). Não se verificou relação entre as unidades ponderadas da lista dos MF e o recurso dos seus utentes à CA da USF (r=0,043; p=0,907). Foram considerados adequados 88% dos motivos de consulta.

Conclusões: Apesar de algumas limitações, como um possível viés de registo e de observação, o desenho do trabalho é robusto (pontos fortes - amostra grande, períodos temporais sorteados, teste piloto seguido de melhorias metodológicas), considerando-se ter validade interna. As principais conclusões apontam para a necessidade de adequar a resposta nos períodos de maior afluência e aumentar a oferta de CA pelo próprio MF a breve prazo, para diminuir o recurso a esta consulta. Ao contrário do percecionado, a maioria dos motivos de recurso são adequados. Este estudo é relevante, nomeadamente na caracterização dos padrões de afluência dos doentes à CA de Unidades de Saúde, podendo ser generalizado a outros contextos sociodemográficos, e poderá constituir um ponto de partida para melhorias na resposta da CA noutras unidades funcionais.

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Biografia do Autor

  • Hugo Rocha, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, USF Lagoa

    - 2007-2013: Aluno do mestrado integrado em medicina da Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Ciências Médicas;

    -2014: Interno do Ano Comum no Centro Hospitalar Lisboa Central;

    - 2015 até presente: Interno da Formação Específica em Medicina Geral e Familiar, ULS Matosinhos, USF Lagoa 

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Publicado

29-04-2020

Como Citar

Caraterização da consulta aberta de uma Unidade de Saúde Familiar: quem, quando e porquê?. (2020). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 36(2), 200-7. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i2.12318

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