Ambivalência(s) da adolescência e a importância do médico de família: um relato de caso

Autores

  • Ana Rita Magalhães USF Topázio
  • Joana Montenegro Penetra USF Topázio
  • Ana Catarina Domingues USF Topázio
  • Ana Letra USF Topázio
  • Maria Glória Neto
  • Nicoleta Martins USF Topázio

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i2.12418

Resumo

Introdução: o Médico de Família (MF) além de estar apto a abordar as problemáticas mais prevalentes da adolescência, deve ainda promover a participação ativa e responsável do adolescente nas questões de saúde, fundamentando a sua ação numa intervenção individualizada e na confidencialidade. A consciência da orientação sexual no caso da homossexualidade surge, normalmente, no período da adolescência, podendo envolver um período de confusão e dúvida. A discriminação e estereótipos associados ainda marcam muito quem se vê confrontado com a sua orientação sexual.

Descrição do caso: sexo masculino, 16 anos, consulta de vigilância de saúde a pedido da mãe que dias antes procura os elementos da equipa por noção de isolamento, tristeza e receio de problema psicológico grave com o filho. Durante abordagem conhecida pelo acrónimo HEEADSSS, sozinho, surge a dúvida sobre a própria sexualidade admitindo pensar ser homossexual, com inúmeros receios, ambivalências e vergonha acerca deste assunto, que o têm levado a afastar-se da família, grupo de amigos e colegas. As dúvidas relacionadas com o futuro escolar e profissional também o deixam preocupado sentindo-se sozinho num mundo com o qual não se identifica. Escuta ativa e confidencialidade, desmistificação de algumas temáticas e disponibilidade para consultas, assim como, encaminhamento para Psicólogo fazem parte do plano conjunto centrado no adolescente, que apresenta franca melhoria do humor e motivação.

Comentário: as dúvidas relativas à orientação sexual podem ser devastadoras no período da adolescência, condicionando isolamento, auto culpabilização e vergonha. O MF ocupa uma posição privilegiada na deteção precoce e esclarecimento das questões relacionadas com a sexualidade, permitindo assim um crescimento e desenvolvimento saudáveis, em termos físicos, psicológicos e sociais.

Palavras-chave: Método Clínico Centrado no Paciente; Orientação Sexual; Adolescência

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Biografias do Autor

  • Ana Rita Magalhães, USF Topázio
    Médica de Familia – USF Topázio, Coimbra
  • Joana Montenegro Penetra, USF Topázio
    Médica Interna de Medicina Geral e Familiar – USF Topázio, Coimbra
  • Ana Catarina Domingues, USF Topázio
    Médica Interna de Medicina Geral e Familiar – USF Topázio, Coimbra
  • Ana Letra, USF Topázio
    Médica Interna de Medicina Geral e Familiar – USF Topázio, Coimbra
  • Maria Glória Neto
    Médica de Familia – USF Topázio, Coimbra
  • Nicoleta Martins, USF Topázio
    Enfermeira – USF Topázio, Coimbra

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Publicado

29-04-2020

Como Citar

Ambivalência(s) da adolescência e a importância do médico de família: um relato de caso. (2020). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 36(2), 175-80. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i2.12418