Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento

Autores

  • Hugo Ribeiro Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos e Unidade de Saúde Familiar Barão do Corvo - Agrupamento de Centros de Saúde de Gaia http://orcid.org/0000-0001-6623-7420
  • João Rocha-Neves Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular - Centro Hospitalar e Universitário de S. João Unidade de Anatomia, Departamento de Biomedicina - Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
  • Carla Lopes-Mota Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos de Gaia Grupo de Estudos de Cuidados Paliativos da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
  • Manuel Teixeira-Veríssimo Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Unidade Curricular de Geriatria - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Institute for Clinical and Biomedical Research (iCBR) – Faculdade de Medicina da Universida de Coimbra
  • Marília Dourado Institute for Clinical and Biomedical Research (iCBR) – Faculdade de Medicina da Universida de Coimbra Centro de Estudos e Desenvolvimento de Cuidados Continuados e Paliativos da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Unidade Curricular de Cuidados Paliativos e Terapêutica da Dor, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
  • José Andrade Departamento de Biomedicina – Unidade de Anatomia, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Center for Health Technology and Services Research, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i3.12852

Palavras-chave:

Opioides, Geriatria, Dor crónica, Farmacologia

Resumo

Objetivos: Sistematizar e contribuir para o melhor conhecimento das características farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos medicamentos opioides disponíveis em Portugal para o tratamento da dor não oncológica e, desta forma, contribuir para a escolha mais informada e adaptada ao doente, o que permitirá potenciar a eficiência, reduzindo a incidência de efeitos adversos.

Métodos: Realização de uma revisão narrativa da bibliografia sobre esta temática, utilizando os termos Medical Subject Headings (MeSH) Analgesics, Opioid e Pharmacology, Clinical. Foram também utilizados os resumos das características do medicamento de todos os opioides disponíveis em Portugal, assim como as características farmacocinéticas e farmacodinâmicas destes medicamentos registadas no DrugBank.

Resultados: Selecionados 22 artigos para leitura, dos quais 14 são revisões da literatura, quatro manuais de referência e quatro normas de orientação clínica, para além da utilização das bases de dados do INFARMED e do Drugbank. No envelhecimento há uma diminuição de cerca de 50% da taxa de filtração glomerular dos 40 até aos 70 anos, obrigando a reduções de dose e cuidados especiais na utilização de fármacos eliminados por esta via, sendo que no caso dos opioides os únicos que não têm eliminação renal são a hidromorfona e a buprenorfina. São igualmente mais frequentes a obesidade central e o aumento da α1-glicoproteína ácida, aumentando o volume de distribuição de fármacos lipossolúveis e de bases, como são os opioides, sendo que os únicos que não são lipossolúveis são a morfina e a hidromorfona. Relativamente ao metabolismo, para além de ocorrer uma diminuição do metabolismo de fase 1, a polifarmácia nos idosos é mais frequente, pelo que poderão ser preferencialmente escolhidos os opioides com metabolismo de fase 2, como o tapentadol, a hidromorfona e a morfina.

Conclusões: O reconhecimento das características individuais de cada doente idoso, associado ao conhecimento da farmacologia básica de cada opioide disponível em Portugal, poderá garantir maior segurança e salvaguardar uma maior adesão à terapêutica.

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Biografia do Autor

  • Hugo Ribeiro, Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos e Unidade de Saúde Familiar Barão do Corvo - Agrupamento de Centros de Saúde de Gaia

    Médico especialista em Medicina Geral e Familiar - USF Barão do Corvo

    Médico da Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos de Gaia

    Doutorando em Cuidados Paliativos na Faculdade de Medicina do Porto

    Mestre em Geriatria pela Faculdade de Medicina de Coimbra

    Mestre em Medicina pela Faculdade de Medicina de Coimbra

    Pós-graduado em Cuidados Paliativos e Fim de Vida pela Escola Superior de Saúde de Viseu

    Pós-graduado em Controlo da Dor pelo Instituto Português de Psicologia

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Publicado

02-07-2021

Como Citar

Opioides em ambulatório na dor não oncológica: uma revisão sobre os desafios da farmacologia no envelhecimento. (2021). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 37(3), 233-41. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i3.12852

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