A importância do rastreio do aneurisma da aorta abdominal: a propósito de um caso clínico
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i2.12972Palavras-chave:
Aneurisma da aorta, Abdominal, Rastreio populacional, Sintomas do trato urinário inferiorResumo
Introdução: O aneurisma da aorta abdominal é mais comum em homens com idade ≥ 65 anos e com hábitos tabágicos. A principal complicação é a rutura, que apresenta uma elevada taxa de mortalidade.
Descrição do caso: Este caso clínico incide sobre um homem de 75 anos, ex-fumador, com hipertrofia benigna prostática, que recorreu a consulta programada com recorrência de queixas urinárias baixas. A ecografia vesicoprostática por via suprapúbica solicitada objetivou um aneurisma da aorta abdominal com cerca de 16cm de extensão e 11cm de calibre antero-posterior. O doente foi encaminhado ao serviço de urgência, tendo ficado internado e posteriormente foi submetido a correção cirúrgica deste aneurisma.
Comentário: Este caso reflete a importância da identificação precoce desta patologia em homens com idade ≥ 65 anos através da implementação de um programa de rastreio ecográfico, ainda não implementado em Portugal, mas já recomendado por várias guidelines. Sintomas urinários baixos poderão ser uma apresentação deste aneurisma.
Downloads
Referências
Wanhainen A, Verzini F, Van Herzeele I, Allaire E, Bown M, Cohnert T, et al. Corrigendum to 'European Society for Vascular Surgery (ESVS) 2019 clinical practice guidelines on the management of abdominal aorto-iliac artery aneurysms' [European Journal of Vascular & Endovascular Surgery 57/1 (2019) 8-93]. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2020;59(3):494.
Kent KC, Zwolak RM, Egorova NN, Riles TS, Manganaro A, Moskowitz AJ, et al. Analysis of risk factors for abdominal aortic aneurysm in a cohort of more than 3 million individuals. J Vasc Surg. 2010;52(3):539-48.
Howard DP, Banerjee A, Fairhead JF, Handa A, Silver LE, Rothwell PM, et al. Population‐based study of incidence of acute abdominal aortic aneurysms with projected impact of screening strategy. J Am Heart Assoc. 2015;4(8):e001926.
Fernandes e Fernandes J, coord. Rede de referenciação hospitalar: angiologia e cirurgia vascular [Internet]. Lisboa: Serviço Nacional de Saúde; 2017. Available from: https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2017/05/RRH-Angiologia-e-Cirurgia-Vascular-Para-CP.pdf
Castro‐Ferreira R, Mendes P, Couto P, Barreira R, Peixoto F, Aguiar M, et al. Rastreio populacional de aneurisma da aorta abdominal em Portugal: o imperativo da sua realização [Population screening for abdominal aortic aneurysm in Portugal: the imperative of its realization]. Angiol Cir Vasc. 2016;12(4):267-70. Portuguese
Canadian Task Force on Preventive Health Care. Recommendations on screening for abdominal aortic aneurysm in primary care. CMAJ. 2017;189(36):E1137-45.
LeFevre ML. Screening for abdominal aortic aneurysm: US Preventive Services Task Force recommendation statement. Ann Intern Med. 2014;161(4):281-90.
Hirsch AT, Haskal ZJ, Hertzer NR, Bakal CW, Creager MA, Halperin JL, et al. ACC/AHA 2005 practice guidelines for the management of patients with peripheral arterial disease (lower extremity, renal, mesenteric, and abdominal aortic): a collaborative report from the American Association for Vascular Surgery/Society for Vascular Surgery, Society for Cardiovascular Angiography and Interventions, Society for Vascular Medicine and Biology, Society of Interventional Radiology, and the ACC/AHA Task Force on Practice Guidelines (Writing Committee to Develop Guidelines for the Management of Patients With Peripheral Arterial Disease): endorsed by the American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation; National Heart, Lung, and Blood Institute; Society for Vascular Nursing; TransAtlantic Inter-Society Consensus; and Vascular Disease Foundation. Circulation. 2006;113(11):e463-654.
Lazarus JA, Marks MS. Aneurysm of the abdominal aorta associated with urinary symptoms. J Urol. 1944;52(2):115-25.
Kent KC. Clinical practice: abdominal aortic aneurysms. N Engl J Med. 2014;371(22):2101-8.
Thompson SG, Ashton HA, Gao L, Buxton MJ, Scott RA. Final follow-up of the Multicentre Aneurysm Screening Study (MASS) randomized trial of abdominal aortic aneurysm screening. Br J Surg. 2012;99(12):1649-56.
Lindholt JS, Sørensen J, Søgaard R, Henneberg EW. Long‐term benefit and cost‐effectiveness analysis of screening for abdominal aortic aneurysms from a randomized controlled trial. Br J Surg. 2010;97(6):826-34.
McCaul KA, Lawrence-Brown M, Dickinson JA, Norman PE. Long-term outcomes of the Western Australian trial of screening for abdominal aortic aneurysms: secondary analysis of a randomized clinical trial. JAMA Intern Med. 2016;176(12):1761-7.
Cosford PA, Leng GC. Screening for abdominal aortic aneurysm. Cochrane Database Syst Rev. 2007;(2):CD002945.
Lindholt JS, Norman P. Screening for abdominal aortic aneurysm reduces overall mortality in men: a meta-analysis of the mid-and long-term effects of screening for abdominal aortic aneurysms. Eur J Vasc Endovasc Surg. 2008;36(2):167-71.
Takagi H, Goto SN, Matsui M, Manabe H, Umemoto T. A further meta-analysis of population-based screening for abdominal aortic aneurysm. J Vasc Surg. 2010;52(4):1103-8.
Benson RA, Poole R, Murray S, Moxey P, Loftus IM. Screening results from a large United Kingdom abdominal aortic aneurysm screening center in the context of optimizing United Kingdom National Abdominal Aortic Aneurysm Screening Programme protocols. J Vasc Surg. 2016;63(2):301-4.
Wanhainen A, Hultgren R, Linné A, Holst J, Gottsäter A, Langenskiöld M, et al. Outcome of the Swedish nationwide abdominal aortic aneurysm screening program. Circulation. 2016;134(16):1141-8.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Os autores concedem à RPMGF o direito exclusivo de publicar e distribuir em suporte físico, electrónico, por meio de radiodifusão ou em outros suportes que venham a existir o conteúdo do manuscrito identificado nesta declaração. Concedem ainda à RPMGF o direito a utilizar e explorar o presente manuscrito, nomeadamente para ceder, vender ou licenciar o seu conteúdo. Esta autorização é permanente e vigora a partir do momento em que o manuscrito é submetido, tem a duração máxima permitida pela legislação portuguesa ou internacional aplicável e é de âmbito mundial. Os autores declaram ainda que esta cedência é feita a título gratuito. Caso a RPMGF comunique aos autores que decidiu não publicar o seu manuscrito, a cedência exclusiva de direitos cessa de imediato.
Os autores autorizam a RPMGF (ou uma entidade por esta designada) a actuar em seu nome quando esta considerar que existe violação dos direitos de autor.