Qualidade de vida em doentes com insuficiência cardíaca no Centro de Portugal
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i3.13711Palavras-chave:
Insuficiência cardíaca crónica, Medicina geral e familiar, Qualidade de vidaResumo
Objetivo: Avaliar e comparar a qualidade de vida (QdV) genérica e específica de doentes sofrendo de insuficiência cardíaca (DIC) e verificar a sua relação com elementos sociodemográficos e de morbilidade.
Métodos: Estudo observacional transversal em amostra de conveniência de DIC, em 2022, aplicando o Euro Quality of Life Instrument – 5D (EQ5D-3l) e o Kansas City Cardiomyopathy Questionnaire (KCCQ) e perguntas de contexto sociodemográfico e de morbilidade, em dias selecionados, em autopreenchimento com ajuda de investigador, se solicitado, em ambiente de medicina geral e familiar. A QdV genérica foi tratada de acordo com a norma para a população portuguesa e a específica para DIC segundo a mediana.
Resultados: Em amostra de 50 DIC, 29 (58,0%) eram mulheres; a idade média foi de 74,1±8,9 anos. O sexo feminino tinha menor nível de instrução (p=0,019). Para 20 DIC (40,0%) havia desconhecimento de ser DIC, em ambos os sexos. Verificou-se moderada e significativa correlação entre o score EQ-5D-3L e o domínio específico da QdV de KCCQ (ρ=0,452; p=0,001) e entre o score EQ-5D-3L e o KCCQ Overall Summary Scale (ρ=0,556; p<0,001). A distribuição por sexos das classes arbitrárias KCCQ e da distribuição EQ-5D-3l pela norma portuguesa foi não significativa, tendo a mulher sempre pior QdV.
Discussão: O uso periódico de instrumentos que avaliam as consequências em saúde da terapêutica em DICs pode transformar o paradigma atual da terapêutica da insuficiência cardíaca (IC), sendo um deles a QdV, estando os médicos atentos a variáveis pessoais e sociais.
Conclusão: Nesta amostra de 50 DICs, 70,0% apresentou má QdV genérica e 50,0% má QdV específica na IC, com piores resultados no sexo feminino.
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