Poderão as estatinas provocar disfunção eréctil em homens adultos?
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v35i6.12412Abstract
Introdução: A disfunção eréctil (DE) é definida como uma incapacidade persistente de conseguir iniciar e manter uma erecção suficiente que permita ter uma performance sexual satisfatória. Esta pode ter uma etiologia neuropática, vascular, psicogénica ou endócrina, sendo vários os factores que contribuem ou agravam a DE. As estatinas, fármacos utilizados no tratamento das dislipidemias, poderão diminuir a produção de hormonas esteróides (por diminuição do colesterol, precursor da maioria das hormonas sexuais) e, por conseguinte, levar à diminuição dos níveis de testosterona, provocando assim disfunção eréctil.
Objectivo: Clarificar o efeito das estatinas na disfunção eréctil em homens adultos.
Metodologia: Pesquisa de revisões sistemáticas, meta-análises, ensaios clínicos controlados e aleatorizados e normas de orientação clínica publicados nas principais bases de dados (National Guidelines Clearinghouse, Guidelines Finder, CMA Infobase, Cochrane Library, Bandolier, Embase e Medline/Pubmed), em Português, Inglês, Castelhano e Francês, com os termos MeSH “Erectile Dysfunction” AND "Hydroxymethylglutaryl-CoA Reductase Inhibitors" no dia 23/05/2017. A avaliação da qualidade da evidência foi feita com recurso à escala SORT.
Critérios de Inclusão: Estudos com indivíduos do sexo masculino com idade ≥ 18 anos enquadrados nos termos de pesquisa. Da pesquisa foram excluídos todos os artigos anteriores à última revisão sistemática da literatura encontrada em cada base de dados.
Resultados: Dos 52 artigos encontrados, após exclusão dos artigos que não se enquadravam no tema, artigos repetidos e artigos anteriores à última revisão sistemática da literatura em cada base de dados, 3 artigos cumpriam os critérios de inclusão: 1 revisão sistemática e meta-análise, 1 meta-análise e 1 artigo original).
Apesar dos artigos serem heterogéneos, a maioria parece indicar que as estatinas poderão melhorar a DE ou reduzir o risco do seu aparecimento.
Conclusões: A pesquisa efectuada parece sugerir que as estatinas poderão diminuir as queixas de disfunção eréctil por mecanismos não totalmente compreendidos. Contudo, os estudos incluídos nas revisões sistemáticas e meta-análise analisadas são de curta duração e a maioria não avalia os níveis de testosterona inicial e no fim da avaliação, impedindo correlacionar as estatinas com um hipogonadismo fármaco-induzido que poderá agravar ou manifestar a DE. Mais ensaios clínicos aleatorizados, com mais dados clínicos e laboratoriais e um maior tempo de follow-up serão necessários para melhor esclarecer os efeitos das estatinas na DE.
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