Desigualdade no acesso aos cuidados de saúde primários - A outra face das USF
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v26i2.10734Palabras clave:
Desigualdade, Acesso, Cuidados Saúde PrimáriosResumen
Portugal é um país com profundas desigualdades económicas e sociais. A desigualdade no acesso aos Cuidados de Saúde Primários é uma das vertentes dessa desigualdade e não tem havido uma política eficaz para a atenuar. A afectação privilegiada de recursos materiais e humanos a determinados projectos tem, por vezes, agravado os cuidados noutros sectores, repetindo assim alguns dos erros das reformas do SNS britânico nos anos 90. Estima-se em mais de um milhão o número de utentes sem médico de família em Portugal, estando cerca de 40% localizados na área geográfica da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. As Unidades de Saúde Familiar, apesar de serem uma peça importante na melhoria dos Cuidados de Saúde Primários, não vão dar resposta, a curto prazo, à falta de médicos de família. O mesmo se poderá dizer da contratação de médicos estrangeiros ou dos licenciados pelos novos cursos de Medicina. Impõe-se, urgentemente, adoptar outro tipo de medidas para resolver a situação dos utentes sem médico de família. Alguns países europeus, confrontados com o mesmo problema, conseguiram uma solução de qualidade valorizando o papel dos enfermeiros, delegando-lhes várias áreas da prevenção e da vigilância de doenças crónicas. Isto permitiu o aumento da dimensão das listas dos médicos de família sem acréscimo relevante da carga de trabalho e mantendo a qualidade da prestação de cuidados.Descargas
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