Controlo intensivo da pressão arterial na diabetes mellitus tipo 2: qual a evidência?
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v34i4.12479Palabras clave:
Hipertensão, Diabetes mellitus tipo 2, Agentes anti-hipertensores.Resumen
Objetivo: Verificar se o efeito do tratamento anti-hipertensor intensivo (pressão arterial sistólica <130mmHg) apresenta benefícios na morbimortalidade cardiovascular em doentes com diabetes mellitus tipo 2 e com hipertensão arterial, em comparação com o tratamento anti-hipertensor standard (pressão arterial sistólica <140mmHg). Fontes de dados: National Guideline Clearinghouse, NHS Evidence, CMA InfoBase, Cochrane, DARE, MEDLINE/PubMed. Métodos de revisão: Pesquisa de meta-análises (MA), revisões sistemáticas, ensaios clínicos controlados randomizados (ECR) e guidelines, nas línguas inglesa e portuguesa, publicados entre 2006 e 2016, com os termos MeSH: antihypertensive agents, diabetes mellitus e blood pressure. Foi aplicada a escala Strength of Recommendation Taxonomy (SORT), da American Family Physician, para avaliação dos níveis de evidência (NE) e da força de recomendação (FR). Resultados: Obtiveram-se 662 artigos e, destes, 12 cumpriram os critérios de inclusão: três MA, um ECR e oito guidelines. As MA revelaram que o controlo intensivo da pressão arterial (PA) em doentes diabéticos diminui o risco de acidente vascular cerebral, de microalbuminúria e de nefropatia (NE 2). Contudo, o controlo intensivo da PA nestes doentes associa-se a maior risco de efeitos adversos e parece aumentar a mortalidade cardiovascular (NE 2). O ECR demonstrou apenas redução do risco de microalbuminúria (NE 2). Por fim, a maioria das guidelines não recomenda um controlo intensivo da PA em doentes diabéticos e considera que o controlo da PA deve ser mais exigente apenas em diabéticos jovens, com lesão de órgão-alvo ou com mais do que um fator de risco para doença cardiovascular aterosclerótica. Conclusões: Perante a evidência disponível, o controlo intensivo da PA em doentes com diabetes mellitus tipo 2 não deve ser recomendado, exceto em diabéticos jovens e em determinados grupos de risco (FR B). Porém, este estudo reforça a importância do controlo da PA nestes doentes, alertando para o papel fundamental do médico de família na avaliação individualizada dos riscos e benefícios do tratamento intensivo da PA.Descargas
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