Omalgia crónica e associação com incapacidade funcional e ansiedade/depressão: a realidade de cinco Unidades de Saúde Familiar da Área Metropolitana do Porto

Autores/as

  • Ana Catarina Sá Machado USF Nova Salus, ACeS Gaia http://orcid.org/0000-0001-8788-2736
  • Cláudio Sousa Martins USF Arco do Prado, ACeS Gaia
  • Joana M. Ferreira USF Saúde em Família, ACeS Maia/Valongo
  • Rita Sampaio Santos USF Valbom, ACeS Gondomar
  • Sofia Marçalo USF S. Félix/Perosinho, ACeS Espinho/Gaia
  • Sofia Vale USF Nova Salus, ACeS Gaia

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i5.12518

Palabras clave:

Omalgia crónica, Incapacidade funcional, Ansiedade, Depressão

Resumen

Objetivos: Estimar a prevalência da omalgia crónica na população de cinco Unidades de Saúde Familiar (USF), descrever as suas características semiológicas e as características sociodemográficas desta população. Secundariamente pretende-se avaliar e quantificar a associação entre omalgia crónica e incapacidade funcional, características sociodemográficas e a perturbação ansiosa/depressiva.

Tipo de estudo: Observacional, transversal, analítico.

Local: Cinco USF da Área Metropolitana do Porto.

População: Calculou-se uma amostra de 1.718 utentes entre os 18 e 64 anos, que se deslocaram às cinco USF durante o estudo.

Métodos: Aplicou-se um questionário de recolha de variáveis sociodemográficas e sobre omalgia crónica e duas escalas validadas para a população Portuguesa: Health Assessment Questionnaire-Disability Index e Hospital Anxiety and Depression Scale. Testou-se a associação entre omalgia crónica, incapacidade funcional e ansiedade/depressão através do modelo de regressão logística multinomial.

Resultados: A prevalência estimada de omalgia crónica foi de 29,6%, intervalo de confiança de 95% 27,4-31,8. Em 57,8% dos utentes a dor era diária, 70,7% tinha dor moderada a intensa e 41,1% encontrava-se pouco ou nada satisfeito com o tratamento. Verificou-se uma associação entre a existência e localização da dor com o estado emocional, género, estado civil, escolaridade, reforma e reforma por invalidez (p<0,001). Nos indivíduos com omalgia crónica, as mulheres, divorciados e viúvos, com baixa escolaridade, reformados por invalidez e com ansiedade/depressão apresentaram uma proporção superior. Constatou-se a existência de um aumento do odds ratio (OR) de omalgia crónica com o aumento do grau de incapacidade, da ansiedade, da idade e com a baixa escolaridade (inferior ou igual a nove anos).

Conclusões: Apesar de prevista uma prevalência de omalgia crónica em Portugal de 4,4% com base em dados bibliográficos, a prevalência encontrada neste estudo foi aproximadamente sete vezes superior à esperada. Verificou-se uma associação da omalgia crónica com o grau de incapacidade e a ansiedade, o que vai de encontro ao debatido na literatura. O presente estudo mostra uma necessidade urgente de intervir eficazmente no controlo da omalgia crónica.

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Biografía del autor/a

  • Ana Catarina Sá Machado, USF Nova Salus, ACeS Gaia

    Médica Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar

  • Cláudio Sousa Martins, USF Arco do Prado, ACeS Gaia
    Médico Interno de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar
  • Joana M. Ferreira, USF Saúde em Família, ACeS Maia/Valongo
    Médica Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar
  • Rita Sampaio Santos, USF Valbom, ACeS Gondomar
    Médica Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar
  • Sofia Marçalo, USF S. Félix/Perosinho, ACeS Espinho/Gaia
    Médica Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar
  • Sofia Vale, USF Nova Salus, ACeS Gaia
    Médica Interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar

Publicado

2020-11-05

Cómo citar

Omalgia crónica e associação com incapacidade funcional e ansiedade/depressão: a realidade de cinco Unidades de Saúde Familiar da Área Metropolitana do Porto. (2020). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 36(5), 397-406. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i5.12518