CombinAd: avaliação e melhoria da prescrição de contraceptivos orais combinados na adolescência

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i6.12978

Palabras clave:

Contracetivos orais combinados, Adolescente, Feminino, Densidade óssea, efeitos de fármacos, Melhoria da qualidade

Resumen

Objectivos: Melhorar e adequar a prescrição de contraceptivos orais combinados (COC) às adolescentes da Unidade de Saúde Familiar (USF) do Castelo

Tipo de estudo: Pré-experimental, pré e pós intervenção, sem grupo controlo

Local: ACES Arrábida - USF Castelo

População: Adolescentes com idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos inscritas na USF Castelo e utilizadoras de COC

Métodos: O estudo decorreu através da análise de dados relativamente à dose de estrogénio do COC utilizado e presença ou ausência de contraindicações absolutas entre Fevereiro de 2019 e Fevereiro de 2020, o que permitiu classificar as adolescentes em “bem” ou “mal” medicadas. Procedeu-se a uma primeira avaliação em Fevereiro de 2019. De seguida, foi realizada uma intervenção que consistiu em duas fases. A primeira, uma sessão clínica na USF dirigida aos médicos e enfermeiros onde foram divulgados os dados pré-intervenção e feita uma breve apresentação teórica acerca da utilização adequada de COC na adolescência. A segunda fase consistiu no fornecimento de material auxiliar de memória em formato de bolso e afixação de cartazes nos gabinetes onde decorrem as consultas de Planeamento Familiar. Os outcomes definidos foram: uma taxa de melhoria da prescrição de COC, seis meses depois da intervenção, de 20%; o aumento ou a manutenção da taxa de melhoria inicial, um ano após a intervenção. Foi utilizado o teste exacto de Fisher para comparar as taxas de prescrição adequada pré e pós intervenção.

Resultados: Atingiu-se a melhoria da prescrição de COC nas adolescentes seis meses após a intervenção (21,6%), apesar de não ter sido estatisticamente significativa (p=0,331). Contudo, posteriomente, verificou-se duplicação da taxa de prescrições adequadas prévia, com uma taxa de melhoria de 45,6%, estatisticamente significativa (p<0.001).

Conclusão: Os profissionais da USF conseguiram implementar as estratégias e melhorar a taxa de prescrições adequadas de COC nas adolescentes. O envolvimento de toda a equipa que realiza aconselhamento contraceptivo poderá ter aumentado a eficácia da intervenção. A aplicação das estratégias em apenas uma unidade limita a generalização dos resultados. Contudo, estratégias simples parecem aumentar a taxa de prescrições adequadas de COC nesta faixa etária.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Gisela Costa Neves

    Médica de Família

    USF Sesimbra, ACES Arrábida

  • Andreia Silva Sousa, USF Castelo, ACES Arrábida

    Médica interna de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar

  • Afonso Brás Sousa, USF Castelo, ACES Arrábida

    Médico interno de Formação Específica em Medicina Geral e Familiar

     

Referencias

Direção-Geral da Saúde. Saúde infantil e juvenil: programa-tipo de actuação. 2ª ed. Lisboa: DGS; 2005.

Avery L, Lazdane G. What do we know about sexual and reproductive health of adolescents in Europe? Eur J Contracept Reprod Health Care. 2010;15 Suppl 2:S54-66.

Neto S, Bombas T, Arriaga C, Almeida MC, Moleiro P. Contraceção na adolescência: recomendações para o aconselhamento contracetivo [Contraception in adolescence: recommendations for counselling]. Acta Pediatr Port. 2014;45(1):51-63. Portuguese

Sociedade Portuguesa de Ginecologia, Sociedade Portuguesa da Contracepção, Sociedade Portuguesa da Medicina da Reprodução. Consenso sobre contracepção 2011: reunião de consenso nacional sobre contracepção, Estoril, 15 de janeiro de 2011 [Internet]. 2011. Available from: http://www.spdc.pt/files/publicacoes/11_11363_2.pdf

Flegal KM, Wei R, Ogden CL, Freedman DS, Johnson CL, Curtin LR. Characterizing extreme values of body mass index-for-age by using the 2000 centers for disease control and prevention growth charts. Am J Clin Nutr. 2009;90(5):1314-20.

Cibula D, Skrenkova J, Hill M, Stepan JJ. Low-dose estrogen combined oral contraceptives may negatively influence physiological bone mineral density acquisition during adolescence. Eur J Endocrinol. 2012;166(6):1003-11.

Gai L, Liu X, Gai P, Zhang A, Jiang P, Zhang W. Effect of combined oral contraceptive use on bone mineral density in adolescent females. J Reprod Contracept. 2012;23(3):179-85.

Castro JS, Tavares B, Guedes M. Efeito da contraceção com etinilestradiol em alta dose na densidade mineral óssea em adolescentes: qual a evidência? [Effects of ethinylestradiol contraception in bone mineral density in adolescent women: what is the evidence?]. Rev Port Med Geral Fam. 2019;35(4):299-304. Portuguese

Russell S, Wiles H. Improving combined contraceptive pill/oral contraceptives prescribing in general practice. BMJ Open Qual. 2017;6(2):e000137.

Marques A, Rodrigues AM, Romeu JC, Ruano A, Barbosa AP, Simões E, et al. Recomendações multidisciplinares portuguesas sobre o pedido de DXA e indicação de tratamento de prevenção das fraturas de fragilidade [Portuguese recommendations for ordering bone densitometry measurement and indications for treatment to prevent osteoporotic fractures]. Rev Port Med Geral Fam. 2016;32(6):425-41. Portuguese

Publicado

2021-12-29

Cómo citar

CombinAd: avaliação e melhoria da prescrição de contraceptivos orais combinados na adolescência. (2021). Revista Portuguesa De Medicina Geral E Familiar, 37(6), 507-513. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v37i6.12978