Migração de dispositivo intrauterino: relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v38i1.13079Palabras clave:
Dispositivo intrauterino, MigraçãoResumen
Introdução: Os dispositivos intrauterinos (DIU) são um método contracetivo de longa duração, amplamente colocados por médicos de família e ginecologistas. Apesar de serem seguros e fiáveis existem possíveis complicações, como perfurações e abcessos associados à sua colocação. Na literatura estão descritos mais de mil casos de migração de DIU desde o útero até outras localizações, como o cólon sigmoide ou a cavidade peritoneal.
Descrição do caso: Descreve-se o caso de uma mulher de 54 anos, natural da Guiné-Bissau, com dor pélvica e dispareunia recorrente desde há dez anos, tendo sido seguida em consulta hospitalar de ginecologia durante quatro anos. Nos últimos anos apresentava queixas irritativas urinárias, como disúria, polaquiúria e urgência miccional, com presença de hematúria, piúria e uroculturas positivas. Apesar do tratamento antibiótico dirigido, com vários ciclos de antibióticos, constatava-se recorrência das queixas, pelo que realizou ecografia ginecológica e vesical, onde se detetou uma formação hiperecogénica linear na bexiga, compatível com DIU. A utente foi encaminhada para o serviço de urgência de urologia, onde foi confirmado o diagnóstico e se procedeu à remoção.
Comentário: Na literatura, praticamente todos os casos de DIU extrauterinos são descritos como consequência da migração dos mesmos. As utentes utilizadoras de DIU devem efetuar um controlo clínico regular e, ante a suspeita de DIU “desaparecido” numa mulher com dor pélvica, disúria ou infeções urinárias recorrentes, deve proceder-se sempre à realização de exames complementares de diagnóstico para descartar a hipótese rara, mas possível, da sua migração.
Descargas
Referencias
Sundaram A, Vaughan B, Kost K, Bankole A, Finer L, Singh S, et al. Contraceptive failure in the United States: estimates from the 2006-2010 national survey of family growth. Perspect Sex Reprod Health. 2017;49(1):7-16.
Buhling KJ, Zite NB, Lotke P, Black K, INTRA Writing Group. Worldwide use of intrauterine contraception: a review. Contraception. 2014;89(3):162-73.
Heinemann K, Reed S, Moehner S, Minh TD. Risk of uterine perforation with levonorgestrel-releasing and copper intrauterine devices in the European Active Surveillance Study on Intrauterine Devices. Contraception. 2015;91(4):274-9.
Blanas K, Theodora M, Hassanaien M. Incidental discovery of two levonorgestrel-releasing intrauterine systems misplaced in the peritoneal cavity. Eur J Contracept Reprod Health Care. 2010;15(6):441-4.
Johri V, Vyas KC. Misplaced intrauterine contraceptive devices: common errors, uncommon complications. J Clin Diagn Res. 2013;7(5):905-7.
Insausti Jaca N, Urresola Olabarrieta A, Ibáñez S, Atilano Santos L, Aguinaga Alexanco A, Larrea Bilbao L. Perforación útero-vesical secundaria a un dispositivo intrauterino con formación de litiasis vesical: a propósito de dos casos [Uterovesical perforation secondary to intrauterine device with vesical lithiasis formation: a report of two cases]. Radiología. 2007;49(2):129-32. Spanish
Singh I. Intravesical Cu-T emigration: an atypical and infrequent cause of vesical calculus. Int Urol Nephrol. 2007;39(2):457-9.
Pereira BJ, Coelho H, Brandão A, Borges R, Leão R, Grenha V, et al. Migração transuterina transvesical espontânea de dispositivo intra-uterino [Transuterine transvesical IUD migration]. Acta Urol. 2010;4:55-7.
Kant S, Archana S, Singh AK, Ahamed F, Haldar P. Acceptance rate, probability of follow-up, and expulsion of postpartum intrauterine contraceptive device offered at two primary health centers, North India. J Family Med Prim Care. 2016;5(4):770-6.
Boortz HE, Margolis DJ, Ragavendra N, Patel MK, Kadell BM. Migration of intrauterine devices: radiologic findings and implications for patient care. Radiographics. 2012;32(2):335-52.
Esposito JM, Zarou DM, Zarou GS. A Dalkon Shield imbedded in a myoma: case report of an unusual displacement of an intrauterine contraceptive device. Am J Obstet Gynecol. 1973;117(4):578-81.
Goldbach AR, Hava S, Patel H, Khan M. IUD embedment in the fallopian tube: an unexpected location for a translocated IUD. Radiol Case Rep. 2018;13(4):788-92.
Gonzalvo Pérez V, Mola Ariza MJ, Navarro Antón JA, Botella Almodóvar R, Polo Peris A, López García LM, et al. Perforación uterina y migración vesical de un dispositivo intrauterino. Actas Urol Esp. 2001;25(6):458-61.
Chai W, Zhang W, Jia G, Cui M, Cui L. Vesical transmigration of an intrauterine contraceptive device: a rare case report and literature review. Medicine (Baltimore). 2017;96(40):e8236.
Reason J. Human error: models and management. BMJ. 2000;320(7237):768-70.
Yaphe J. Teaching and learning about uncertainty in family medicine. Rev Port Med Geral Fam. 2014;30(5):286-7.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores otorgan a RPMGF el derecho exclusivo de publicar y distribuir en medios físicos, electrónicos, de radiodifusión u otros medios que pueda existir el contenido del manuscrito identificado en esta declaración. También otorgan a RPMGF el derecho de usar y explorar el presente manuscrito, es decir, de ceder, vender o licenciar su contenido. Esta autorización es permanente y entra en vigor desde el momento en que se envía el manuscrito, tiene la duración máxima permitida por la legislación portuguesa o internacional aplicable y tiene un alcance mundial. Los autores declaran además que esta transferencia se realiza de forma gratuita. Si la RPMGF informa a los autores que ha decidido no publicar su manuscrito, la cesión exclusiva de derechos cesa inmediatamente.
Los autores autorizan a RPMGF (oa una entidad que éste designe) a actuar en su nombre cuando considere que existe una infracción a los derechos de autor.