Análise de determinantes sociais da saúde na utilização de consultas nos cuidados de saúde primários
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i4.13651Palabras clave:
Determinantes sociais da saúde, Determinantes da utilização de consultas, Cuidados de saúde primáriosResumen
Introdução: Os determinantes sociais da saúde (DSS) são as circunstâncias nas quais as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem e que influenciam o seu estado de saúde. Existem vários estudos sobre os DSS e a sua influência na saúde; contudo, ainda pouco se investigou acerca destes determinantes e a sua ação na procura de cuidados de saúde.
Objetivos: O estudo pretende determinar a influência dos DSS (sexo, idade, distância da habitação à USF, nacionalidade, escolaridade, situação profissional, rendimento, disfunção social, estilos de vida) na utilização de consultas nos cuidados de saúde primários (CSP) e refletir sobre como é que estes podem ser organizados de forma mais eficiente e equitativa.
Método: Foi realizada uma análise observacional e retrospetiva, que tem como população-alvo os utentes de uma unidade de saúde familiar (USF) com idade igual ou superior a 28 anos (n=8.781) e utiliza uma análise multivariada (regressão linear múltipla) para determinar se as variáveis independentes (DSS) influenciam a variável dependente (número de consultas nos últimos 10 anos), analisando ano a ano e realizando uma comparação entre o período pré e pós-pandemia COVID-19.
Resultados: Através desta investigação conclui-se que os DSS têm influência na utilização de consultas nos CSP, como: sexo, idade, nacionalidade, índice de massa corporal, rendimento, escolaridade, situação profissional, disfunção familiar, distância da habitação à USF, o facto de ser não fumador e o consumo ou não de drogas. Quanto à análise dos períodos pré e pós-pandemia COVID-19 verificou-se que esta teve impacto na mudança de alguns padrões de comportamento por parte dos utentes.
Conclusão: Acredita-se que atuando ao nível destes determinantes é possível melhorar a igualdade no acesso aos cuidados de saúde e, por sua vez, a equidade no estado de saúde.
Descargas
Referencias
World Health Organization. Social determinants of health [homepage]. Geneva: WHO; [cited 2022 Mar 14]. Available from: https://www.who.int/health-topics/social-determinants-of-health#tab=tab_1
NEJM Catalyst. Social determinants of health (SDOH) [homepage]. NEJM Catalyst. 2017 Dec 17 [cited 2022 Mar 26]. Available from: https://catalyst.nejm.org/doi/full/10.1056/CAT.17.0312?targetBtn=articleToolSaveBtn
Sousa P. Desigualdades socioeconómicas e doenças cardiovasculares [Equity, socioeconomic inequalities and cardiovascular disease]. Rev Port Cardiol. 2013;32(11):855-6. Portuguese
Eikemo TA, Huijs T, Bambra C, McNamara C, Stornes P, Balaj M, et al. Desigualdades sociais na saúde e seus determinantes: resultados em destaque da 7ª edição do Inquérito Social Europeu (ESS). Londres: European Social Survey; [cited 2022 Apr 25]. Available from: http://www.europeansocialsurvey.org/docs/findings/TL6_Health-Portuguese.pdf
Organisation for Economic Co-operation and Development. Health at a glance 2021: OECD indicators [homepage]. Paris: OECD; 2021. Available from: https://www.oecd-ilibrary.org/social-issues-migration-health/health-at-a-glance-2021_ae3016b9-en
Serviço Nacional de Saúde. Utentes inscritos em cuidados de saúde primários [homepage]. Lisboa: SNS; 2022 [cited 2022 Sep 4]. Available from: https://transparencia.sns.gov.pt/explore/dataset/utentes-inscritos-em-cuidados-de-saude-primarios/table/?flg=pt&disjunctive.ars&disjunctive.aces&sort=periodo&refine.periodo=2022
World Health Organization. Primary health care: report of the International Conference on Primary Health Care, Alma-Ata, USSR, 6-12 September 1978 [homepage]. Geneva: WHO; 1978. Available from: https://apps.who.int/iris/handle/10665/39228
Allen J, Gay B, Crebolder H, Heyrman J, Svab I, Ram P, et al. A definição Europeia de medicina geral e familiar: clínica geral/medicina familiar [Internet]. World Organization of Family Doctors; 2002 [cited 2022 Mar 14]. Available from: https://www.woncaeurope.org/file/b662cccc-6ad6-4d34-a9a2-fd02d29fae5b/European%20Definition%20in%20Portuguese.pdf
Organisation for Economic Co-operation and Development. Health for everyone? Social inequalities in health and health systems [homepage]. Paris: OECD; 2019. Available from: https://www.oecd.org/health/health-for-everyone-3c8385d0-en.htm
Mackenbach JP, Stirbu I, Roskam AJ, Schaap MM, Menvielle G, Leinsalu M, et al. Socioeconomic inequalities in health in 22 European countries. N Engl J Med. 2008;358(23):2468-81.
Devaux M. Income-related inequalities and inequities in health care services utilisation in 18 selected OECD countries. Eur J Health Econ. 2015;16(1):21-33.
Geitona M, Zavras D, Kyriopoulos J. Determinants of healthcare utilization in Greece: Implications for decision-making. Eur J Gen Pract. 2007;13(3):144-50.
Luppa M, Giersdorf J, Riedel-Heller S, Prütz F, Rommel A. Frequent attenders in the German healthcare system: determinants of high utilization of primary care services. Results from the cross-sectional German health interview and examination survey for adults (DEGS). BMC Fam Pract. 2020;21(1):10.
Fjær EL, Balaj M, Stornes P, Todd A, McNamara CL, Eikemo TA. Exploring the differences in general practitioner and health care specialist utilization according to education, occupation, income and social networks across Europe: findings from the European social survey (2014) special module on the social determinants of health. Eur J Public Health. 2017;27(Suppl 1):73-81.
Jusot F, Or Z, Sirven N. Variations in preventive care utilisation in Europe. Eur J Ageing. 2011;9(1):15-25.
Or Z, Jusot F, Yilmaz E. Impact of health care system on socioeconomic inequalities in doctor use [Internet]. Paris: Institut de Recherche et Documentation en Économie de la Santé; 2008. Available from: https://www.irdes.fr/EspaceAnglais/Publications/WorkingPapers/DT17ImpactHealthCareSystSocioeconomicInequalities.pdf
Robles R, Gili M, Gelabert J, Llull M, Bestard F, Vicens C, et al. Sociodemographic and psychopathological features of frequent attenders in primary care. Actas Esp Psiquiatr. 2009;37(6):320-5.
Gili M, Luciano JV, Serrano MJ, Jiménez R, Bauza N, Roca M. Mental disorders among frequent attenders in primary care: a comparison with routine attenders. J Nerv Ment Dis. 2011;199(10):744-9.
Luciano JV, Fernández A, Pinto-Meza A, Luján L, Bellón JA, García-Campayo J, et al. Frequent attendance in primary care: comparison and implications of different definitions. Br J Gen Pract. 2010;60(571):49-55.
Field KS, Briggs DJ. Socio-economic and locational determinants of accessibility and utilization of primary health-care. Health Soc Care Community. 2001;9(5):294-308.
Scaife B, Gill P, Heywood P, Neal R. Socio-economic characteristics of adult frequent attenders in general practice: secondary analysis of data. Fam Pract. 2000;17(4):298-304.
Vedsted P, Christensen MB. Frequent attenders in general practice care: a literature review with special reference to methodological considerations. Public Health. 2005;119(2):118-37.
Smits FT, Brouwer HJ, Zwinderman AH, Mohrs J, Schene AH, van Weert HC, et al. Why do they keep coming back? Psychosocial etiology of persistence of frequent attendance in primary care: a prospective cohort study. J Psychosom Res. 2014;77(6):492-503.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores otorgan a RPMGF el derecho exclusivo de publicar y distribuir en medios físicos, electrónicos, de radiodifusión u otros medios que pueda existir el contenido del manuscrito identificado en esta declaración. También otorgan a RPMGF el derecho de usar y explorar el presente manuscrito, es decir, de ceder, vender o licenciar su contenido. Esta autorización es permanente y entra en vigor desde el momento en que se envía el manuscrito, tiene la duración máxima permitida por la legislación portuguesa o internacional aplicable y tiene un alcance mundial. Los autores declaran además que esta transferencia se realiza de forma gratuita. Si la RPMGF informa a los autores que ha decidido no publicar su manuscrito, la cesión exclusiva de derechos cesa inmediatamente.
Los autores autorizan a RPMGF (oa una entidad que éste designe) a actuar en su nombre cuando considere que existe una infracción a los derechos de autor.