O Um novo futuro para a medicina geral e familiar em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i4.14011Palabras clave:
Medicina geral e familiar, Cuidados de saúde primários, Serviço Nacional de Saúde, Qualidade dos cuidados de saúdeResumen
O Livro Azul: um futuro para a Medicina de Família em Portugal, editado em 1990 pela Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral, marcou os anos seguintes e conceptualizou a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários, iniciada em 2005, mas não implementada na totalidade. No momento atual de insatisfação profissional é importante rever os princípios que nortearão a medicina geral e familiar no futuro.
O médico de família é Médico da Pessoa. É nessa condição que faz o acompanhamento médico ao longo da sua vida. É especialista em cuidados de saúde primários e atua de acordo com os valores da medicina de família definidos pela WONCA. A sua ação é a base do sistema de saúde em que atua e está associada a melhores resultados de saúde. É, por isso, fundamental que a sua ação seja centralizada na pessoa e na prestação de cuidados diferenciados a esta, reduzindo as tarefas burocráticas e de baixo valor em saúde. Devem ser dadas condições materiais, de espaços físicos e de recursos humanos, incluindo adequação do tamanho das listas para garantir um trabalho digno e de qualidade ao médico de família.
A APMGF defende um modelo de remuneração pelo desempenho adequado à atividade do médico de família que compense e priorize o valor em saúde, que centre a sua ação na pessoa e que reduza as ineficiências e duplicações. Este modelo assenta num novo sistema da qualidade simplificado e moderno assente no clássico Estrutura – Processo – Resultados, mas que considere as dimensões de satisfação de utentes e profissionais e que compense adequadamente o trabalho clínico, em equipa e centralidade do cidadão. O presente documento é uma adaptação e tradução para inglês do livro “Um Novo Futuro para a Medicina Geral e Familiar”, editado pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, em 2023.
Descargas
Referencias
Tavares J. A história dos primeiros dez anos da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral 1983-1993. Lisboa: Departamento Editorial da APMCG; 1997.
Biscaia AR, Heleno LC. Primary Health Care Reform in Portugal: Portuguese, modern and innovative. Cienc Saude Colet. 2017;22(3):701-11.
Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral. Um futuro para a medicina de família em Portugal. Lisboa: APMCG; 1990.
World Health Organization. Declaration of Alma-Ata [homepage]. Geneva: WHO; 2019 Oct 8. Available from: https://www.who.int/publications/i/item/WHO-EURO-1978-3938-43697-61471
WONCA Europe. Core values and principles of general practice/family medicine [homepage]. WONCA Europe; s.d. Available from: https://www.woncaeurope.org/page/our-core-values
Rebelo L. O médico de família do futuro: três modelos de actuação, cinco atributos e cinco aptidões essenciais – parte II [The family doctor of the future: three action models, five attributes, and five essential skills – part 2]. Rev Port Clin Geral. 2001;17(3):249-54. Portuguese
Santos I, Sá E. Erro médico: estratégias de governação clínica [Medical error: clinical governance strategy]. Rev Port Med Geral Fam. 2010;26(6):606-12. Portuguese.
Resolução do Conselho de Ministros n.º 157/2005, de 12 de outubro. Diário da República. I Série-B;(196).
Branco AG, Ramos V. Cuidados de saúde primários em Portugal [Primary health care in Portugal]. Rev Port Saúde Pública. 2001;2(temático):5-12. Portuguese
Kringos DS, Boerma WG, Hutchinson A, van der Zee J, Groenewegen PP. The breadth of primary care: a systematic literature review of its core dimensions. BMC Health Serv Res. 2010;10:65.
World Health Organization. Primary care [homepage]. Geneva: WHO; s.d. [cited 2024 Apr 25]. Available from: https://www.who.int/teams/integrated-health-services/clinical-services-and-systems/primary-care
Sandvik H, Hetlevik Ø, Blinkenberg J, Hunskaar S. Continuity in general practice as predictor of mortality, acute hospitalisation, and use of out-of-hours care: a registry-based observational study in Norway. Br J Gen Pract. 2022;72(715):e84-90.
Starfield B, Shi L, Macinko J. Contribution of primary care to health systems and health. Milbank Q. 2005;83(3):457-502.
Kringos DS, Boerma WG, Hutchinson A, Saltman RB. Building primary care in a changing Europe: case studies [Internet]. Copenhagen: European Observatory on Health Systems and Policies; 2015. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK459010/
Grimshaw JM, Winkens RA, Shirran L, Cunningham C, Mayhew A, Thomas R, et al. Interventions to improve outpatient referrals from primary care to secondary care. Cochrane Database Syst Rev. 2005;(3):CD005471.
Granja M, Correia S, Alves L. Access to general practitioners during the second year of the COVID-19 pandemic in Portugal: a nationwide survey of doctors. BMC Prim Care. 2023;24(1):46.
Levesque JF, Harris MF, Russell G. Patient-centred access to health care: conceptualising access at the interface of health systems and populations. Int J Equity Health. 2013;12:18.
Guagliardo MF. Spatial accessibility of primary care: concepts, methods and challenges. Int J Health Geogr. 2004;3(1):3.
Hedden L, Banihosseini S, Strydom N, McCracken R. Family physician perspectives on primary care reform priorities: a cross-sectional survey. CMAJ Open. 2021;9(2):E466-73.
Kueper JK. Primer for artificial intelligence in primary care. Can Fam Physician. 2021;67(12):889-93.
Penedo J, editor. Cenários da saúde em 2040: os desafios da medicina para a próxima geração [Internet]. Lisboa: Ordem dos Médicos; 2022. Available from: https://www.calameo.com/read/000163849728e4152c3c2
Mistry P. Artificial intelligence in primary care. Br J Gen Pract. 2019;69(686):422-3.
Soh TY, Rosdy NM, Yusof MY, Hilmy SH, Sabri BA. Adoption of a digital patient health passport as part of a primary healthcare service delivery: systematic review. J Pers Med. 2022;12(11):1814.
Ribas MJ. Desafios e oportunidades do sistema informático [Opportunities and challenges in our informatic systems]. Rev Port Med Geral Fam. 2016;32(5):298-9. Portuguese
Granja M, Ponte C. O que ocupa os médicos de família? Caracterização do trabalho médico para além da consulta. Rev Port Med Geral Fam. 2011;27(4):388-96.
Associação Portuuesa de Medicina Geral e Familiar. Uma nova métrica para a lista de utentes: assegurar a qualidade e adequar a quantidade [Internet]. Lisboa: APMGF; 2017. Available from: https://apmgf.pt/apmgfbackoffice/files/NovaM%C3%A9tricaListaUtentes/mobile/index.html#p=4
Katz G, Ackerman C, editors. Implementing value-based health care in Europe: handbook for pionners [Internet]. EIT Health; 2020. Available from: https://eit.europa.eu/sites/default/files/implementing-value-based-healthcare-in-europe.pdf
Engels Y, Campbell S, Dautzenberg M, van den Hombergh P, Brinkmann H, Szécsényi J, et al. Developing a framework of, and quality indicators for, general practice management in Europe. Fam Pract. 2005;22(2):215-22.
Pereira AL. Indicadores: o que são, o que não devem ser e o que poderão ser [Contractual indicators: what they are, what they should not be and what they might be]. Rev Port Med Geral Fam. 2018;34(3):124-6. Portuguese
Som CV. Clinical governance: a fresh look at its definition. Clin Gov. 2004;9(2):87-90.
Santos P. Telemedicina em medicina geral e familiar. Rev Port Med Geral Fam. 2020;36(5):378-80.
Pereira MI, Santos P, Ramos V, Envia G, Monteiro J. Resposta à Covid-19: o que foi feito e o que há para fazer. Gestão Hospitalar. 2020;(21):24-9.
O’Neill C, Matias MV, Peixoto VR, O’Neill H, Aguiar P, Castela E. Consulta não presencial no Serviço Nacional de Saúde Português durante a pandemia de COVID-19: estudo da opinião dos médicos e implicações para o futuro [Teleconsultation in the Portuguese National Health Service during the COVID-19 pandemic: a survey of physicians’ views and future implications]. Acta Med Port. 2022;35(6):455-67. Portuguese
Berwick D, Fox DM. Evaluating the quality of medical care: Donabedian’s classic article 50 years later. Milbank Q. 2016;94(2):237-41.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores otorgan a RPMGF el derecho exclusivo de publicar y distribuir en medios físicos, electrónicos, de radiodifusión u otros medios que pueda existir el contenido del manuscrito identificado en esta declaración. También otorgan a RPMGF el derecho de usar y explorar el presente manuscrito, es decir, de ceder, vender o licenciar su contenido. Esta autorización es permanente y entra en vigor desde el momento en que se envía el manuscrito, tiene la duración máxima permitida por la legislación portuguesa o internacional aplicable y tiene un alcance mundial. Los autores declaran además que esta transferencia se realiza de forma gratuita. Si la RPMGF informa a los autores que ha decidido no publicar su manuscrito, la cesión exclusiva de derechos cesa inmediatamente.
Los autores autorizan a RPMGF (oa una entidad que éste designe) a actuar en su nombre cuando considere que existe una infracción a los derechos de autor.