Galactorreia induzida pela risperidona e paliperidona em idade pediátrica: avaliação do binómio risco/benefício da medicação (relato de caso)
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v41i1.14078Palabras clave:
Galactorreia, Fármacos antipsicóticos, Criança, Reação adversa medicamentosa, Relato de casoResumen
Introdução: A galactorreia é um sintoma raro na infância. O diagnóstico diferencial é vasto e é necessária uma investigação cuidada, através de uma história clínica detalhada e um exame objetivo adequado.
Descrição do caso: Criança de quatro anos do sexo masculino, com antecedentes de perturbação do comportamento e impulsividade (PCI), medicado com risperidona 0,20mg/dia há quatro meses. Foi observado em consulta de doença aguda na sua Unidade de Saúde Familiar (USF) por apresentar corrimento mamilar bilateral esbranquiçado com cerca de uma semana de evolução, sem outra sintomatologia associada. Ao exame objetivo observou-se galactorreia bilateral, sem outras alterações. Solicitou-se estudo analítico (EA) que revelou aumento da prolactina e função tiroideia normal. Optou-se pela suspensão da terapêutica, repetição posterior do EA e referenciação para consulta de endocrinologia pediátrica (EP). Após duas semanas da suspensão do fármaco ficou assintomático e manteve-se em vigilância na USF. Em consulta de EP repetiu estudo analítico, que evidenciou valores normais de prolactina. Por manutenção da PCI iniciou paliperidona 3mg/dia, mas quatro meses depois apresentou novamente galactorreia bilateral. Optou-se pelo incentivo à psicoeducação e suspensão da paliperidona.
Comentário: Os autores pretendem alertar que os fármacos antipsicóticos são uma das principais causas de galactorreia, incluindo em idade pediátrica. Apesar da existência de outros diagnósticos diferenciais com maior gravidade, a suspensão de fármacos predisponentes a alterações hormonais pode ser uma prova terapêutica válida, evitando numa primeira fase exames de imagem desnecessários.
Descargas
Referencias
1. Karaayvaz S. Clinical evaluation of breast in childhood. Eur J Breast Health. 2019;15(3):137-40.
2. Snyder PJ. Causes of hyperprolactinemia. UpToDate [Internet]; s.d. [updated 2024 Apr 17; cited 2023 Oct 5]. Available from: https://www.uptodate.com/contents/causes-of-hyperprolactinemia
3. Torre DL, Falorni A. Pharmacological causes of hyperprolactinemia. Ther Clin Risk Manag. 2007;3(5):929-51.
4. Krøigaard SM, Clemmensen L, Tarp S, Pagsberg AK. A meta-analysis of antipsychotic-induced hypo- and hyperprolactinemia in children and adolescents. J Child Adolesc Psychopharmacol. 2022;32(7):374-89.
5. Rivera JL, Lal S, Ettigi P, Hontela S, Muller HF, Friesen HG. Effect of acute and chronic neuroleptic therapy on serum prolactin levels in men and women of different age groups. Clin Endocrinol. 1976;5(3):273-82. DOI: 10.1111/j.1365-2265.1976.tb01953.x
6. Santos Júnior A, Henriques TB, Mello MP, Neto AP, Paes LA, Della Torre OH, et al. Hyperprolactinemia in children and adolescents with use of risperidone: clinical and molecular genetics aspects [published correction appears in J Child Adolesc Psychopharmacol. 2016 Dec;26(10):957]. J Child Adolesc Psychopharmacol. 2015;25(10):738-48.
7. Roke Y, van Harten PN, Franke B, Galesloot TE, Boot AM, Buitelaar JK. The effect of the Taq1A variant in the dopamine D₂ receptor gene and common CYP2D6 alleles on prolactin levels in risperidone-treated boys. Pharmacogenet Genomics. 2013;23(9):487-93.
8. Troost PW, Lahuis BE, Hermans MH, Buitelaar JK, van Engeland H, Scahill L, et al. Prolactin release in children treated with risperidone: impact and role of CYP2D6 metabolism. J Clin Psychopharmacol. 2007;27(1):52-7.
9. Melmed S, Casanueva FF, Hoffman AR, Kleinberg DL, Montori VM, Schlechte JA, et al. Diagnosis and treatment of hyperprolactinemia: an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2011;96(2):273-88.
10. Potter GD, Skene DJ, Arendt J, Cade JE, Grant PJ, Hardie LJ. Circadian rhythm and sleep disruption: causes, metabolic consequences, and countermeasures. Endocr Rev. 2016;37(6):584-608.
11. Mogavero MP, Cosentino FI, Lanuzza B, Tripodi M, Lanza G, Aricò A, et al. Increased serum prolactin and excessive daytime sleepiness: an attempt of proof-of-concept study. Brain Sci. 2021;11(12):1574.
12. NHS Foundation Trust. Hyperprolactinaemia: guidelines for patients and clinicians [Internet]. NHS Foundation Trust; 2015 [updated 2018 Jun; cited 2024 Sep 21]. Available from: https://medicines.necsu.nhs.uk/wp-content/uploads/2015/10/Hyperprolactinaemia_Guidelines_TEWV.pdf?UNLID=93367232220189171288
13. Anderson GM, Scahill L, McCracken JT, McDougle CJ, Aman MG, Tierney E, et al. Effects of short- and long-term risperidone treatment on prolactin levels in children with autism. Biol Psychiatry. 2007;61(4):545-50.
14. Rosenbloom AL. Hyperprolactinemia with antipsychotic drugs in children and adolescents. Int J Pediatr Endocrinol. 2010;2010:159402.
15. Peveler RC, Branford D, Citrome L, Fitzgerald P, Harvey PW, Holt RI, et al. Antipsychotics and hyperprolactinaemia: clinical recommendations. J Psychopharmacol. 2008:22(2 Suppl):98-103.
16. Laboratory Corporation of America® Holdings. Endocrinology expected values & S.I. unit conversion tables [Internet]. LabCorp; 2021. Available from: https://specialtytesting.labcorp.com/sites/default/files/2021-07/L5167-0421-18%20Endocrine%20Expected%20Values_0.pdf
17. Anderson CC, Kapoor S, Mark TE. The Harriet Lane handbook: the Johns Hopkins Hospital. 23rd ed. Elsevier; 2023. ISBN 9780323876988
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores otorgan a RPMGF el derecho exclusivo de publicar y distribuir en medios físicos, electrónicos, de radiodifusión u otros medios que pueda existir el contenido del manuscrito identificado en esta declaración. También otorgan a RPMGF el derecho de usar y explorar el presente manuscrito, es decir, de ceder, vender o licenciar su contenido. Esta autorización es permanente y entra en vigor desde el momento en que se envía el manuscrito, tiene la duración máxima permitida por la legislación portuguesa o internacional aplicable y tiene un alcance mundial. Los autores declaran además que esta transferencia se realiza de forma gratuita. Si la RPMGF informa a los autores que ha decidido no publicar su manuscrito, la cesión exclusiva de derechos cesa inmediatamente.
Los autores autorizan a RPMGF (oa una entidad que éste designe) a actuar en su nombre cuando considere que existe una infracción a los derechos de autor.