O delírio em cuidados paliativos
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v19i1.9904Palabras clave:
Delírio, Controlo de Sintomas, Cuidados PaliativosResumen
As perturbações neuropsiquiátricas são frequentes na doença oncológica avançada e noutras situações de doença terminal. Define-se o delírio, e segundo Carlos Centeno, como estado confusional agudo que deriva de uma disfunção cerebral orgânica de etiologia multifactorial. Dependendo dos autores, varia de 28% a 85%. O delírio é um dos sintomas mais difíceis de diagnosticar e tratar, e também aquele que provoca maior deterioração da qualidade de vida do doente e da sua relação com a família, cuidadores ou equipa de apoio. A sua presença condiciona maiores dificuldades na avaliação da dor, de outros sintomas ou problemas, - a obstipação, a retenção urinária, febre, a infecção respiratória ou urinária, desidratação, etc., - pela perturbação que causa na comunicação com o doente e por impedir uma participação nas decisões que dizem respeito à sua doença. Apesar de ser uma situação esperada no final de vida, pode no entanto, ser reversível ou controlável em cerca de 25-45% dos casos, pelo que na sua abordagem deve-se ter em conta esta característica, individualizando-se caso a caso, transmitindo à família a esperança da reversibilidade. Na doença avançada, o delírio manifesta-se por: perturbações cognitivas, distúrbios do comportamento psicomotor, com uma instalação aguda ou subaguda, com flutuações durante o dia, agravando-se para a noite, podendo adoptar uma forma hiperactiva (a mais frequente) e uma forma hipoactiva. O delírio, normalmente de etiologia multifactorial, condiciona um conjunto de medidas de intervenção que passam por: terapêutica dirigida à causa, intervenção no comportamento do doente e no ambiente, apoio à família e o tratamento sintomático, sobretudo fazendo uso correcto dos vários tipos de neurolépticos, assim como outro tipo de intervenções farmacológicas.Descargas
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