Medicamentos genéricos: Crenças de senso-comum da população portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.32385/rpmgf.v23i1.10321Palavras-chave:
Medicamentos Genéricos, Medicamentos, Adesão ao Tratamento, Crenças, ConhecimentoResumo
Introdução: A divulgação e comercialização de medicamentos genéricos são uma realidade recenteem Portugal, levantando questões importantes à população em geral relativas à eficácia, semelhançae diferença entre estes medicamentos e os medicamentos de marca. Actualmente, também secolocam algumas questões associadas às políticas e orçamentos para a saúde, não só do ponto devista dos utentes, como das elevadas despesas com a medicação. Apesar destes aspectos, não existemainda estudos no nosso país sobre as crenças da população geral acerca da escolha e eficáciadestes fármacos. Neste sentido, este estudo teve como objectivos (1) investigar as crenças desenso-comum sobre os medicamentos (marca e genéricos) e o nível de conhecimento da populaçãoem relação aos medicamentos genéricos, (2) analisar o padrão de correlação entre as crenças sobreos genéricos, crenças sobre medicamentos em geral e nível de conhecimento sobre medicamentos genéricos; e (3) avaliar se existem diferenças de carácter sócio-demográfico nas crenças sobre os medicamentos genéricos. Métodos: A amostra foi constituída por 1.110 indivíduos de ambos os sexos, com idades superiores a dezasseis anos. Foi aplicado um inquérito que incluiu questões de caracterização sócio-demográfica e medidas que avaliam as crenças de senso-comum sobre os medicamentos em geral (BMQ), crenças e níveis de conhecimento sobre os medicamentos genéricos. Resultados: Os resultados do estudo indicam que os participantes têm crenças moderadas no que se refere aos efeitos secundários e à prescrição e uso abusivo dos medicamentos em geral, e uma crença mais forte na eficácia e na semelhança entre os genéricos e os medicamentos de marca.Encontraram-se correlações significativas entre as crenças sobre os medicamentos em geral e as crenças sobre os medicamentos genéricos. Verificou-se, também, que os participantes possuem um nível do conhecimento satisfatório acerca dos medicamentos genéricos. Não foram encontradas diferenças de género relativamente às crenças sobre os medicamentos genéricos, existindo apenas diferenças significativas na idade e no nível de escolaridade.Discussão: Este estudo levanta algumas questões relacionadas com a importância das crenças de indivíduos leigos sobre o uso de medicamentos e a sua potencial influência para a adesão e manutenção dos regimes terapêuticos.Downloads
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